É da escola da Realidade, da Palavra, do Jejum e da Oração que o Espírito de Jesus envia em missão
L 1 At 12, 24 – 13, 5a; Sl 66 (67), 2-3. 5. 6 e 8 Ev Jo 12, 44-50
Naquela comunidade de Antioquia, afirma-se que “a palavra de Deus crescia e multiplicava-se”, enquanto que em Jerusalém os Apóstolos sofriam a perseguição. Ali iam Barnabé e Paulo para lhes levar a Colecta de bens e regressavam a Antioquia para o serviço da expansão do Evangelho.
A que se devia o “crescimento” e a “multiplicação” do Evangelho?
É descrito que havia em Antioquia profetas e doutores, pessoas concretas cujos nomes figuram nos Atos, entre os quais estavam Barnabé e Paulo. Tinham a mesma tarefa de interpretar a Escritura, particularmente as profecias do Antigo Testamento, e mostrar o seu cumprimento e plenitude de sentido no Evangelho. Os doutores faziam-no de forma mais sistemática, à semelhança de uma atividade académica. Na Igreja primitiva, aos cristãos que analisavam tudo para saber se era concorde à Escritura eram chamados de nobres; hoje em dia chama-se-lhes rebeldes.
Sempre ligados à pregação do Evangelho e, muito provavelmente, à direção das comunidades cristãs. Isto pressupunha que estavam animados e inspirados pelo mesmo Espírito que tinham falado por meio dos profetas do Antigo Testamento. Isto dava autoridade a Barnabé e Paulo, concedida para a missão que o Espírito Santo lhes reservava: ir a Chipre anunciar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus.
Eis os atributos da expansão missionária do Evangelho:
1) A solicitude para com os irmãos perseguidos em Jerusalém e a partilha da Colecta (partilha de bens).
2) O Estudo aprofundado da Palavra, que dá “propulsão” ao anúncio da mesma.
3) A oração e o jejum, por onde o Espírito Santo inspira o horizonte da missão.
4) A pregação do Evangelho, para a qual são enviados com a oração e a imposição das mãos.
No discurso do Evangelho, é dito que Jesus fala “em alta voz”. Em público e sobre o tema da Palavra é algo a que nós não estamos habituados, a não ser que seja dentro de uma celebração campal. O Mestre continua a “entrelaçar” a sua união com o Pai com a possibilidade de os seus ouvintes também fazerem parte da mesma “tapeçaria” feita da escuta da Palavra e de um olhar de fé nas obras de Jesus.
Jesus atua como agente no mundo através da autoridade do Pai e na sua inteira dependência e em plena obediência. Por isso, crer n’Ele é crer no Pai. Para o evangelista João há na proposta de Jesus um caminho que se pode descrever assim: acreditar em Jesus → ver n’Ele o Pai → guardar a Palavra → acolher a vida eterna. Por este caminho, assim como quem vê Jesus vê o Pai, também os nossos irmãos verão Jesus em cada cristão.