Vale mais 1 perdido que 99 seguros

É esta a lógica da pastorícia, na qual Jesus encontrou uma imagem para nos falar da grande misericórdia de Deus (cf. Mt 18, 12-14). A infinitude desta não tem a ver só com a quantidade que consegue abarcar, mas a qualidade de um amor concreto que é capaz de deixar a todos para estar atento e sanar um só que se perdeu. Jesus aproveita esta imagem porque sabe que as ovelhas não têm grandes defesas e não veem muito bem (nunca além dos cinco ou seis metros). A Igreja é o lugar onde nos podemos encontrar e deixar encontrar, para o que precisamos de lutar contra a vigente tendência do individualismo. Para a comunidade é uma perda grande, mesmo um que esteja afastado. Agora, imaginemos quantos não estarão afastados? Tem razão o Papa Francisco ao querer-nos como “Igreja em saída”, fazendo-nos perceber que o nosso valor está fora, naqueles que ganhamos para a família de Deus. Nem todas as “cegueiras” que levam ao afastamento ou à não aproximação de Deus são pecaminosas ou por vontade própria. Remédio para este tipo de cegueira pode ser o deixarmos de apontar para nós próprios (somos só “candelabros”), mas para Aquele que é a verdadeira luz. Sejamos bons suportes para que os nossos próximos possam, através do nosso exemplo, perceber que estamos ligados a essa Fonte.