“Cingir os rins” é não deixar que o medo interior impeça os combates exteriores

[Leitura] Jer 1, 17-19; Mc 6, 17-29

[Meditação] É possível que algumas incoerências ou inconsistências da vida interior (normal) do ser humano adormeçam a consciência para o esforço a travar batalhas com o mundo exterior em que habita e interage com os outros. Por isso, a liturgia de hoje faz-nos ouvir a voz profética com o convite a não ter medo no confronto com o mal. O que confia acima das suas próprias forças, realiza o bem que não tem origem nele, mas em Deus, que tudo pode!

Como aconteceu com João Baptista e os Profetas que o precederam (Jeremias, etc.), a denúncia do mal nunca foi em vão, mas ao mesmo tempo protagonista do anúncio do bem. Entre aquela e este, por vezes, não é fácil para o ser humano, seja ele crente ou não, seja leigo ou consagrado, distinguir o que é a luta interior e o combate exterior. É nítido, no relato do Evangelho, que Herodes não tinha os “rins cingidos” com a verdade que João Baptista lhe pregava, não calando os medos que o impediram de dar um testemunho da verdade libertadora.

Na antropologia bíblica, os rins são os “cúmplices” do segredo pessoal e o lugar da intimidade. A partir deste órgão do corpo humano, a ciência bíblica sugere que se saiba calar interiormente a força do mal, para que exteriormente se possa deixar falar a verdade fundamental. Consagrar a vida a Deus e ao bem dos irmãos implica, pois, vestir, desde já, o que nos é prometido e percorrer este caminho entre a luta interior e o combate exterior, que coincide com a aproximação de diálogo entre o bem real que se quer conquistar e as realidade aparente que nem sempre persegue o mesmo horizonte.

[Oração] Sal 138 (139)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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