O saber nem sempre é compreender

Lc 4,31-37

O conhecimento humano fruto da experiência espiritual acontece em ordem inversa àquele que é fruto da experiência dos sentidos: nesta, primeiro conhecemos e só depois é que amamos, ou não, o objeto do conhecimento; na experiência espiritual, primeiro somos amados/amamos e só depois é que nos é dado ou procuramos conhecer.

Assim, o saber difere do compreender: este, antes de conhecer, abraça; aquele conhece a uma distância de segurança. Por isso, a Palavra de Deus age sempre como compreensão do ser humano, provocando o espírito impuro a restituí-li ao centro. O saber isto ou aquilo nem sempre protege o ser humano, antes, coloca-o à margem. A compreensão de uma situação sofrida por alguém nunca deita a perder a pessoa, mas procura libertá-la do que a oprime.

A autoridade de Jesus, portanto, é sempre serviço ao bem da humanidade, tantas vezes atribulada por falsas doutrinas que a impedem de ser feliz. De facto, entre a Palavra de Jesus e os problemas das pessoas, é preciso mandar calar, com a oração e a exortação, tudo o que não dignifica a vida do ser humano.

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