É a persEVERança que permite viver a esperança cristã

[Leitura] Ap 7, 2-4. 9-14; 1 Jo 3, 1-3; Mt 5, 1-12a

[Meditação] Os senhores bispos portugueses utilizaram há poucos anos uma expressão que nos ajuda a viver, como lusitanos, a esperança cristã: a “saudade do futuro”! Enquanto que a saudade puramente lusitana nos ajuda a “cantar” o passado e a distância física, este outro tipo de saudade, assim “batizada”, permite-nos “cantar” o que não vemos, mas que está sempre diante de nós como promessa de um futuro próximo, o do Bom Pastor que nos manda para irmos a Ele, porque tem uma carga leve com a qual nos quer consolar.

No Batismo, como em qualquer Sacramento de consagração pessoal, a súplica por intercessão dos Santos e Santas foi também “cantada” em forma de ladainha, ante a prostração da nossa fragilidade que se dispôs a servir humildemente o Senhor. A palavra inglesa “ever”, presente na “perseverança”, que se traduz por “sempre” pode motivar-nos nos a compreender que a esperança cristã é uma proposta de consistência no tempo presente. Podemos, de facto, viver já os valores que fazem parte da promessa futura. Podemos experimentar, ainda que na intermitência da realidade humana, a presença do amor de Deus que fará muito mais do que possamos imaginar. O que se defende hoje, ainda que na fragilidade que a misericórdia de Deus supera, é o que se viverá na plenitude de amanhã. A promessa é não só feita de futuro, mas de um presente que o vai realizando.

Assim, não há somente razões para olhar para “baixo” − para as campas dos nossos fiéis defuntos); mas a olhar para “cima” − para a realidade onde os Santos já vivem o que haveremos de ser.

[Oração] Sal 23 (24)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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