A misericórdia do Pai é de uma irracionalidade humoradamente racional

[Leitura] Jonas 4, 1-11; Lc 11, 1-4

[Meditação] Estou a imaginar Jonas com ciúmes, um arquétipo do filho mais velho da parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32): foi chamado a anunciar a conversão aos ninivitas e eles converteram-se diante do amor de Deus. Terá tido Jonas desejos de vingança ao ver a vida que os ninivitas levavam, face aos seus esforços de obediência a Deus? De facto, a misericórdia divina é de uma grande irracionalidade para a lógica humana.

No entanto, a Deus não escapa o drama de Jonas: monitoriza a sua irritação ajudando a racionalizar as suas motivações e a tomar consciência do seu mecanismo de transferência injusta entre o rícino e os ninivitas.

No Evangelho, encontramo-nos com a melhor escola de relação com Deus Pai: Jesus. Nele se sintetizam os melhores mecanismos de adaptação que conhecemos: estou a imaginá-l’O a sorrir (mecanismo do humor) e a recomendar (mecanismo de antecipação) uma forma de relação que reorganiza o sentido da vida, através da oração do Pai-nosso.

Também deve ter sido sob a força desta rel(or)ação que o Papa do sorriso (João XIII) convenceu a Igreja de que deveria organizar-se melhor, adaptando-se aos novos tempos com a integração de antigos e novos valores (com o Concílio Vaticano II). Com ele aprendemos que não há verdadeiro cristianismo sem um autêntico humanismo.

[Oração] Sal 85 (86)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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