O diálogo da oração é procedimento que cura os emissores da discussão
[Leitura] Sir 1, 1-10; Mc 9, 14-29
[Meditação] Quando há uma discussão como a que Jesus encontrou hoje no sopé do monte, semelhante às discussões que destroem relacionamentos, no processo complexo da comunicação só há emissores desconectados (que falam sem ouvir) e recetores que sofrem (por não terem quem responda às suas questões fundamentais). Talvez seja este mesmo o “desenho” cerebral da atualmente conhecida “epilepsia”, possessão que tentava destruir aquele filho. A Sabedoria «criada por Deus e difundida por todos os homens» não estava a ser amada e, por isso, não comunicada aos outros segundo a liberalidade humana.
Aquele rapaz com “espírito mudo” terá, porventura, passado muito tempo desde a sua tenra infância a ouvir discussões (quiçá entre o pai e a mãe) sem que eles lhe dessem a oportunidade de fazer as perguntas inquietantes da infância. Não admira que a adolescência, para estes como para muitos pais, tenha a aparência de algum “espírito mau”. E, muitas vezes, adota-se a ritalina como remédio alternativo ao diálogo familiar, que Jesus retoma naquele caso como pressuposto do procedimento curativo. Este é resposta urgente para o menino, aquele é oportunidade para o crescimento na fé daquele pai.
Um psiquiatra norte-americano descobriu, com a ajuda de 40.000 entrevistas, que a oração tem um poder curativo, mesmo a nível físico. Não é novidade, tendo em conta a afirmação de Jesus, de que há males que só saem pelo poder da oração ao Pai. Não podemos deixar passar, também, este dia em que se comemoram os Beatos Francisco e Jacinta, que acreditaram no poder reparador da oração, e exerceram-no mesmo aceitando o sofrimento físico, o elemento orante mais poderoso, por se associar à Paixão de Cristo em favor da salvação da humanidade.
[Oração] Sal 92 (93)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo