[Leitura] 1 Sam 1, 24-28; Lc 1, 46-56

[Meditação] Desde o Antigo Testemento, contemplamos relatos de sacrifícios de imolação física que acompanham a adoração a Deus, como pretexto de uma oferta maior de si e daqueles que a bondade divina ajudou a fecundar no seu seio.

O Natal do Senhor marca o início de uma nova história (a do Novo Testamento), em que o verdadeiro sacrifício é a entrega se si mesmo, sem transferências de outro tipo, num ato de adoração que se prolongue pela vida fora, sem uma quebra de exclusividade.

Quando a visibilidade de uma consagração a Deus é pautada pela mera transferência em meros sacrifícios, o que pode acontecer é uma entrega que se fica pela ponte que leva a Deus, perpetuando essa ponte numa instabilidade constante (porventura, fruto de inconsistências). A consagração verdadeira, para ser estável, permite-se viver num espaço que dê a Deus a primazia, apesar das limitações humanas.

Um sacrifício pode ser uma ponte para uma entrega a Deus, mas nunca um fim em si próprio, senão seria o próprio sacrifício objeto de adoração. Nesta, o objeto terá de ser sempre Deus e nunca será esforço humano. Como poderíamos contemplar a presença de Deus se o que se impõe mais é a atenção no que o ser humano pode fazer?

Façamos como Maria, em que o Magnificat é um cântico de glorificação a Deus por aquilo que Ele fez e não por aquilo que o homem fez. Até chegar a est cântico, Maria esforçou-se por sair de si mesma na ponte da sua ascese. O espaço em que Ela canta as maravilhas de Deus é o de uma adoração sem reservas nem escrúpulos (na verdade, estes nem aumentam a importância dos valores naturais, nem ajudam a uma perceção real daquilo que o Senhor pode fazer por nós gratuitamente).

Em conclusão, o melhor sacrifício que se pode fazer é participar na realização da vontade de Deus. Será essa a melhor causa da nossa alegria, permitindo o cantar de Seus feitos gloriosos em favor do Seu Povo.

[Oração] SaL1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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