O fundamento da nossa fé não é uma segurança pessoal, mas a confiança em Deus, seja em que situação for

At 19, 1-8; Jo 16, 29-33

Ao longo do 4º Evangelho, Jesus quase sempre se depara com um eco de incompreensão, em relação às suas afirmações. No episódio de hoje, em relação ao que Jesus tem dito acerca da sua partida, é diferente: os discípulos acabam por compreender. No entanto, mesmo assim, o discurso deles parece-se com o de uma espécie de comissão parlamentar independente: dá a impressão que O estão a interrogar, justificando a sua fé a partir do facto de Ele falar sem enigmas, ao ponto de os discípulos já não terem mais perguntas para Lhe fazer.

Jesus aproveita o momento para lhes anunciar uma “hora” em que eles serão dispersos e O deixarão só. Nesta ocasião, Jesus aproveita para lhes anunciar que o fundamento de tudo o que diz e faz e, portanto, da paz que Ele transmite está na presença do Pai n’Ele. Por isso, pede-lhes confiança, uma vez que Ele venceu o mundo.

Podemos concluir, também, que é à Luz da Ressurreição e do Espírito Santo que Jesus prometeu que se pode entender esta fé do Enviado do Pai e a aceitação de todos os riscos que a mesma fé implica, uma vez que a certeza só a Palavra de Deus pode dar. Acreditar assim, sem reservas em relação ao poder de Deus, é como se a fé não deixasse que algum hiato ─ mesmo a experiência da morte ─ pudesse dificultar o vislumbra da vida eterna a partir da experiência terrena, diante da promessa de um futuro feliz.

Não basta uma vivência da fé meramente apoiada em ideias claras; é preciso estar com Jesus na hora dura de sofrimento. Quantas vezes deitamos a perder convicções só por falta de presença onde Jesus hoje está: na Palavra, nos Sacramentos, na Comunidade, no Pobre, no Doente, no Marginalizado, etc. À clareza intelectual da fé unamos a evidência física do amor.

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