At 2, 14a. 36-41; 1Pd 2, 20b-25; Jo 10, 1-10 | Domingo do Bom Pastor | Mensagem para o 60º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Cada um olhe para as suas mãos: o chamamento a estar aqui no mundo e a estar aqui nesta assembleia, como Batizados no Espírito, é graça de Deus. Agora, cada um olhe para as mãos da pessoa que está ao lado: a resposta àquele chamamento de Deus é missão eclesial ou comunitária. Escutar o chamamento implica darmo-nos conta de que não chegámos primeiro, Deus fez-nos à sua imagem e semelhança como Criador, trazendo-nos à vida com a colaboração dos nossos antepassados e dos nossos pais. Responder ao chamamento implica darmo-nos conta de que não nos salvamos sozinhos e a nossa salvação requer a nossa colaboração em Igreja, em comunhão no serviço.

Como refere o Papa Francisco, na sua mensagem para este dia, que nós fomos escolhidos antes da criação do mundo. Nas fibras do nosso ser está escrito o segredo da nossa felicidade. Mas para que esta felicidade se ative, precisamos de colocar as nossas mãos em contacto com a pobreza de alguém, de as abrir num momento de oração ou de as apertar ao testemunho de alguém que seja verdadeiramente feliz.

Na mesma mensagem, o Santo Padre refere que cada um de nós é uma missão nesta terra. O chamamento de Deus inclui o envio. Não há vocação sem missão. Como se refere São João na sua primeira carta: «O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos tocaram relativamente ao Verbo da Vida feito carne, isso vos anunciamos (…) para que a nossa alegria seja completa» (1,1.3.4).

Assim, somos chamados e convocados juntos para a missão. A vocação é dom e tarefa à maneira dos apóstolos nascidos da Páscoa de Jesus Cristo. E só será fonte de alegria se for experiência de comunhão com Jesus e com os irmãos, em favor de todos.

Ó Jesus, divino Pastor das almas, que chamastes os Apóstolos para fazer deles pescadores de homens, continuai a atrair para Vós almas ardentes e generosas de jovens, a fim de fazer deles vossos seguidores e vossos ministros; tornai-os participantes da vossa sede de redenção universal, (…) abri-lhes os horizontes do mundo inteiro, (…) para que, respondendo à vossa chamada, prolonguem aqui na terra a vossa missão, edifiquem o vosso Corpo místico, que é a Igreja, e sejam “sal da terra”, “luz do mundo” (Mt 5, 13)

Oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia Mundial das Vocações (11 de abril de 1964)

“Trocar o instante pelo eterno” como nos sugere o início de um hino de hora intermédia da Liturgia das Horas, escolhido como lema pela CEVM para esta Semana das Vocações, combina com um dos paradigmas apontados pelo Papa Francisco para o futuro da pastoral: “o tempo é superior ao espaço” (cf. Evangelii Gaudium) que implica “mais iniciar processos do que possuir espaços”.