O anúncio divino que “engravida” a disponibilidade de um “sim” pessoal

Lc 1, 26-38 ─ Na Solenidade da Anunciação do Senhor

Neste belo artigo do Rev. Padre António Henrique, vemos contemplado este equinócio da Primavera “abraçado” pelas duas solenidades de São José (este ano a 20 de março) e da Anunciação a Nossa Senhora (neste 25 de março). Estamos a nove meses da celebração do Natal, mistério que precede o acontecimento fundante da nossa fé, que estamos a preparar e prestes a celebrar: a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Estes dois acontecimentos (o Nascimento e a Ressurreição de Jesus), iluminam-se mutuamente e ajudam-nos a perceber como quer Maria, quer José obedeceram a Deus, de forma unânime, respondendo afirmativamente ao seu projeto anunciado pelo Anjo.

Disponibilidade ─ é a caraterística que hoje me apraz contemplar e meditar na pessoa de Maria, tesouro que José aceitou proteger, juntamente com o tesouro que é Jesus (cf. Patris Corde). Contemplando-a em Maria e José, reparo que para quem a quiser imitar não precisa de pertencer a alguma classe social alta, não precisa de esconder as suas dúvidas, mas expo-las no diálogo com Deus, ter uma grande abertura de coração para arriscar a confiança no que Deus anuncia e promete, com a oferta de sinais que Deus coloca no caminho e que ajudam a confirmar o que diz (cf. catequese de D. Tolentino Mendonça, por ocasião da receção dos símbolos da JMJ em Roma). A disponibilidade é, antes de tudo, a conceção de um “Sim” que põe a caminho da realização do projeto de Deus.

É neste episódio proclamado nesta Solenidade da Anunciação do Senhor que engancha aquele outro que serve de pano de fundo à celebração da JMJ Lisboa 2023: Maria que vai à procura do sinal que Deus lhe indicou, pondo-Se a caminho da casa de Isabel. Para isso, levanta-se e apressa-Se a ir mostrar Aquele que já leva dentro de Si (cf. Lc 1,39 e seguintes).

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