A Luz eterna do novo culto é acolhida e colocada no candelabro do culto antigo, superando a sua escuridão

Lc 2, 22-40, na Festa da Apresentação do Senhor no Templo

O que parece mais significativo nesta Festa é o acolhimento do Menino Jesus por parte de Simeão e Ana, sem serem ministros do Templo e da idade da sua velhice. Tudo o que viveram nas imediações do Templo não chegou para se igualar a esta Luz eterna que estava a ser entregue nos seus braços. Eles representam a esperança de Israel.

Até este momento, o Templo estava às escuras, aguardando a Luz verdadeira que inaugura um culto novo e definitivo. Doravante, não faz sentido a ritualização vazia, sem coração, mas a celebração com e diante dos sinais que o próprio Deus nos dá, a partir das mãos de figuras significativas como Maria, José e aqueles que esperavam a manifestação desta revelação na fidelidade.

Imagens para mim significativas dentro desta Festa são:

1) O acólito ou sacristão que antes de começar cada Eucaristia vão ao altar acender as velas;
2) Os templos das nossas casas de oração a que chamamos “igrejas” e as nossas pessoas para lá convocadas e encontradas, representam a cera que, ao ser consumida na Liturgia, emanam para fora o verdadeiro “ser Igreja” que deixa transparecer para o mundo (“todas as nações”) a Luz que é Jesus;
3) As mãos dos sacerdotes que em cada Eucaristia elevam no altar o pão e o vinho a transformar-se para alimento da nossa caminhada histórica na fé, esperança e caridade.

Estas metáforas servem para, no contexto desta celebração, nos ajudar a ter na consciência o culto novo inaugurado por Jesus Cristo, entre a sua Encarnação e a sua Morte e Ressurreição. Quando virmos esta luz por completo, é porque já estamos de partida deste mundo ou já não estamos aqui neste terra. Enquanto caminhamos, abramos as mãos e o coração para recebermos “feixes” desta fibra divina, mantendo-as abertas para que outros a possam contemplar, uma vez que é para todos, não diminui, antes cresce aos nossos olhos.

O que se passa num Seminário com a formação presbiteral é, de certa forma, dinâmica de encarnação (configuração a Cristo) e apresentação aos crentes das comunidades que esperam novos padres. Nestas casas de formação, enchem-se os corações e as mentes desta Luz que é Cristo, para oportunamente, ser partilhada com as mãos que encontrarmos abertas. Para que o culto inaugurado pelo Bom Pastor se renove continuamente e dele saia vida para o mundo inteiro.

%d bloggers gostam disto: