Mal 3, 19-20a; 2 Tes 3, 7-12; Lc 21, 5-19 ─ XXXIII Domingo do Tempo Comu (C) e VI Dia Mundial do Pobre.

Neste XXXIII Domingo do Tempo Comum vivemos o VI Dia Mundial do Pobre. Neste ano, o Papa Francisco convida-nos a refletir sobre o tema Jesus Cristo fez-Se pobre por vós (cf. 2 Cor 8, 9). Com esta evocação da exortação de Paulo aos Coríntios, o Papa Francisco quer recordar-nos um episódio da vida na comunidade de Jerusalém em que se passou fome e provações. Num encontro com Pedro, Tiago e João, estes lembraram-lhe que não se esquecesse dos pobres. Paulo, ao chegar a Corinto, promoveu uma coleta em favor dos pobres. Num momento de esmorecimento daquela comunidade para com esta sua iniciativa, Paulo lembra-lhes que a ajuda aos pobres não é só uma questão de assistencialismo, mas de crescimento na imitação da pobreza de Cristo. Cresce-se quando se é pobre com os pobres, promovendo a igualdade.

Com o Evangelho de hoje, aprendemos que a nossa segurança não está no bem físico e espiritual que se promove com a nosso estilo de vida ocidental e com as nossas boas programações pastorais. Os únicos bens que temos a render no “banco” do céu é o testemunho que damos de Cristo na ajuda aos pobres.

Uma das tendências que nos levam a procurar a segurança de vida neste mundo, por vezes de forma egoísta (o meu corpo, a minha alma, etc.), é a iminência do fim do mundo – latente nas catástrofes naturais globais, como a pandemia e as alterações climáticas, e as guerras político-económicas – proclamado por falsos profetas que querem tirar partido do medo das pessoas, assegurando-lhes proteção no bem-estar físico ou espiritual.

Jesus assegura-nos que estas coisas não têm a última palavra e convida-nos a dar testemunho em Seu “nome” com perseverança, quer dizer: a viver como Ele mesmo viveu diante das circunstâncias adversas e de perseguições. No coração, convida-nos a ter a confiança do Espírito Santo, que nos irá defender diante dos nossos adversários.

A primeira leitura informa-nos que no final dos tempos – do que não não sabemos o dia nem a hora – o dia do Senhor será abrasador e queimará tudo aquilo que for superficial e efémero, ficando intacta as ações da justiça como se fossem raios de sol.

Ora, esta palavra ajuda-nos a seguir o caminho da nossa existência como nos sugere o Apostolo na Carta aos Tessalonicenses: a trabalhar nas coisas mais urgentes e essenciais e deixando de ocupar o tempo em coisas fúteis. Neste sentido ponho-me a pensar, quer na minha vida pessoal, quer da vida social, em preocupações e gastos com coisas que, de facto, não adianta nada o bem-estar da nossa existência e que, até, atrasam a vida.

Ler notícia da sobre a bênção desta escultura na Agência Ecclesia

Se quisermos que a vida vença a morte e que a dignidade seja resgatada da injustiça, o caminho a seguir é o d’Ele: é seguir a pobreza de Jesus Cristo, partilhando a vida por amor, repartindo o pão da própria existência com os irmãos e irmãs, a começar pelos últimos, por aqueles que carecem do necessário, para que se crie a igualdade, os pobres sejam libertos da miséria e os ricos da vaidade, ambos sem esperança.

PAPA FRANCISCO, Mensagem para o VI Dia Mundial do Pobre, n.º 9
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