Na “tela” da Hóstia consagrada vejamos os rostos de quem se assoma à paixão de Cristo!
Milagre em Piedras Negras, Coahuila, México.
[Leitura] Jo 6, 51-58
[Meditação] Já que este ano não podemos correr o risco de ficarmos infetados ou de infetar alguém por causa do Covid-19 com as procissões do Corpo de Deus − o que seria um contracenso, uma vez que Ele é Pão de Vida e não de morte, e seria igualado ao maná que não livra da morte física − ao menos, deixemos que Ele palmilhe as ruas do nosso interior, dando-Lhe tempo e espaço, através de uma significativa paragem e o silêncio com que O podemos contemplar, qual mistério de vida vindo de Deus.
A par da origem desta celebração solene − o Milagre de Bolsena e a bula Transiturus do Papa Urbano IV − a Solenidade do Corpo de Deus nasceu para se declarar qual o centro e o alimento deste Corpo Místico que é a Igreja: o Jesus que se dá na Eucaristia como alimento. E este alimento é para ter forças para cumprir, pois, o mandamento da caridade, que dá sentido à esperança que a fé proclama.

Milagre na Arquidiocese de Thalasserry, numa cidade a cerca de 60 km a oeste de Vilakannur, em Kerala.
Em muitas comunidades, muitas horas se reservam, assim como o cultivo de bonitas flores, para sobre as suas passadeiras “caminhar” pelas nossas ruas o Mestre da Verdade. Uma vez que, neste ano pandémico, não o podemos fazer, porque não “enfeitarmos” o nosso ser interior com aqueles sentimentos de acolhimento, vendo na “tela” da Hóstia sonsagrada os rostos de quem se assoma com o seu sofrimento à Paixão de Cristo, para não comungarmos em vão. Conforme está prometido, os que n’Ele morreram, com Ele irão ressuscitar para a vida eterna (cf. Rm 6, 4). E se sem Cruz não haveria Ressurreição, também sem a comunhão com os irmãos que sofrem não haverá comunhão de Jesus na Eucaristia! Como Paulo diz: «Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão».
No Vaticano, o Papa sublinhou que solenidade do Corpo e Sangue de Cristo não se vai assinalar, este ano, com “manifestações públicas”, por causa das limitações impostas pela pandemia, mas todos podem viver uma “vida eucarística”.
“A hóstia consagrada encerra em si a pessoa de Cristo: somos chamados a procurá-lo diante do sacrário, na igreja, mas também no tabernáculo que são os últimos, quem sofre, as pessoas sozinhas e pobres. O próprio Jesus o disse”, referiu, na audiência geral desta quarta-feira.
O Papa desejou que todas as pessoas possam encontrar na Eucaristia “as energias necessários para viver com fortaleza cristã os momentos difíceis”.