O bem-estar nem sempre é uma bem-aventurança! A ponte da felicidade verdadeira e os seus dois pilares fundamentais
[Leitura] L 1 Jer 17, 5-8; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6 L 2 1 Cor 15, 12. 16-20 Ev Lc 6, 17. 20-26
[Meditação] A boa notícia de hoje é que Deus tem um fraquinho pelos fracos. O discurso das bem-aventuranças foi-nos apresentado pelos varios evangelistas de formas diferentes, porque o que importa não era um código (já temos o decálogo), mas um modo revolucionário demonstrado por Jesus de perceber a vida, a relação com o mundo, com as coisas, com os outros e connosco próprios. Quanto mais estivermos com Jesus e partilharmos da sua vida, mas nos assemelharemos a Ele na contradição à lógica humana, que vê nos ricos, nos saciados, nos consolados o objetivo pleno da felciidade.
As bem-aventuranças são uma síntese de Jesus, um sinal de contradição para a lógica humana de felicidade. Não é que não devamos perseguir a felicidade, mas não a devemos colocar meramente na confiança das consolações terrenas, mas, como nos diz Jeremias, na confiança em Deus. A bondade de Deus ultrapassa todo o equilíbrio religioso da terra, porque Ele está acima de todas as coisas. Mesmo quando ninguém está com os últimos da terra, seja da Igreja ou da sociedade, Deus estará sempre. Daí que a Doutrina Social da Igreja proclame, a partir da lógica do Evangelho, a dignidade da vida humana, o bem comum e a opção preferencial pelos pobres como princípios básicos.
A riqueza torna-se uma maldição, quando não se dá aos outros. Vê-se isso na corrupção que diariamente se noticia e, mesmo assim, difícil de se erradicar da prática humana. Quando colocamos toda a nossa confiança nos bens materiais e na saúde que eles nos podem proporcionar, corremos o risco de não acreditar, na prática, na Ressurreição de Jesus e na nossa própria ressurreição. Já ouvimos falar da criogenia e dos triliões de euros que estão a ser gastos para se poder reanimar (não ressuscitar) alguém nesta terra?
Poderíamos, assim, concluir que a verdadeira felicidade é aquela travessa de ponte que deve estar assente em dois pilares: a confiança total em Deus (1ª leitura) e a fé na Ressurreição (2ª leitura), fazendo da felicidade pessoal, também, um estar próximos dos que sofrem tribulações (Evangelho).
[Oração] E porque nem sempre o bem-estar significa bem-aventurança, lancemos a escada da oração ao Pai como Jesus nos ensinou:
Pai nosso que estais nos céus,
Santificado seja o Vosso nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa vontade,
Assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai-nos as nossas ofensas,
Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação,
Mas livrai-nos do mal.
Ámen.
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo