As fronteiras temporais do sono devem ser sinalizadas com a oração
[Leitura] 1 Cor 1, 17-25; Mt 25, 1-13
[Meditação] Hoje, ao ler a parábola das dez virgens, lembrei-me das fronteiras do sono que são o adormecer e o acordar, reportando-me àquela noite em que os hebreus, no Egito, foram convidados a marcar as ombreiras das suas portas com o sangue do cordeiro pascal (cf. Ex 12, 7).
A insensatez e a prudência na parábola de Jesus não me parece tanto estar na necessidade física do sono ou na inconsistência em estarmos ou correspondermos à sua presença. O problema estará, mais, na forma como iniciamos o nosso descanso (sempre necessário para que o nosso físico possa responder convenientemente) e na forma como acordamos para a vida (que desembocará naquele dia definitivo).
Portanto, se a finalidade da parábola é um tanto escatológica, avisando-nos que o Senhor um dia virá abrir-nos a porta para o Reino definitivo, sugerindo-nos a atenção devida, por outro lado, é um convite a “olearmos” as fronteiras do nosso descanso com o louvor que agradece e confia as etapas do nosso viver a Deus. Nem que seja somente com o sinal da cruz na “ombreira da porta” para a vida que é o nosso corpo!
Já agora: porque não, também, sinalizarmos aquelas distrações imprudentes com a oração de súplica ou pedido de perdão? Vale mais do que, pela falta de súplica, incorramos na obscuridade da solidão, quase sempre vista somente pelo olhar humano, quando, na verdade, Deus nunca nos deixa sós. Não basta, pois, transportar uma cruz ao peito (ou de que forma tatuada seja), correndo o risco, como nos avisa o Apóstolo, de desvirtuar a cruz de Cristo. É preciso que ela se torne patente nos ritmos do tempo, para que se revele o poder de Cristo, mais eloquente do que qualquer deleite.
[Oração] Sal 32 (33)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo