Para a missão nem coisas, nem loisas!

[Leitura] Os 14, 2-10; Mt 10, 16-23

[Meditação] As leituras destes dias estão a preparar-nos para acolhermos a Boa Nova do próximo XV domingo do tempo comum, onde Jesus nos vai enviar para a missão não como uma Igreja dos pobres, mas como Igreja pobre. De facto, a maneira como Jesus sugere que os discípulos vão em missão rejeita, à partida, todo o tipo de triunfalismos e de tecnicismos. O trecho evangélico de hoje acrescenta a rejeição de mais uma preocupação inútil: o que havemos de pensar diante daqueles a quem havemos de dar testemunho. Muitas vezes preparamos excessivamente o que acaba por não ser preciso declarar, porque acabamos por não nos distanciarmos de nós mesmos ao encontro dos destinatários que, supostamente, precisam de ser confrontados com um testemunho cristão. Esquecemo-nos, por vezes, que o Senhor prometeu assistir-nos com o Espírito Santo e que este é uma das Pessoas da Santíssima Trindade que, com uma ação dinâmica (e não meramente como um pendão simbólico) acompanha aqueles que o Senhor envia.

A profecia de Oseias garante-nos que mesmo que sejamos infiéis, Deus será sempre fiel. Para a nossa vida cristã tiramos uma conclusão: para sermos fiéis à missão que Jesus nos confia, basta-nos a sua graça, mas não nos basta que Ele seja fiel! É com a nossa fidelidade restaurada todos os dias, após todas as possíveis e infelizes quedas, que por essa graça nos unimos livremente ao Seu propósito que é termos a vida eterna. Esta implica crescermos e caminharmos na consistência entre o que se leva no caminho e o que se diz, para que não aconteça caminharmos demasiado pesados de coisas desnecessárias e palavreado inútil. “Coisas e loisas” é uma expressão definida pelo dicionário como “coisas indeterminadas”. Estas são fruto dos tais tecnicismo vazio e triunfalismo néscio.

[Oração] Sal 50 (51)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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