Ser discípulos de Deus uno para sermos missionários em Deus trino

[Leitura] Deut 4, 32-34. 39-40; Sal 32, 4-5. 6 e 9. 18-19. 20 e 22; Rom 8, 14-17; Mt 28, 16-20

[Meditação] Tal como fomos convidados a não ficar a olhar para o céu na Ascensão do Senhor, também não devemos ficar a tentar definir a Santíssima Trindade nesta na celebração da sua solenidade. Perdemos tempo na direção errada, quando, alternativamente, Jesus nos convida a segui-l’O e nos envia em missão. Como o papa Francisco nos recorda — talvez numa época em que haja muitos “discípulos” sem serem “missionários” e muitos “missionários” sem serem “discípulos” — que todos somos discípulos missionários: «Em virtude do Baptismo recebido, cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cf. Mt 28, 19). Cada um dos baptizados, independentemente da própria função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito activo de evangelização, e seria inapropriado pensar num esquema de evangelização realizado por agentes qualificados enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor das suas acções» (Evangelii Gaudium, 119-121).

Ao olhar para a pastoral que temos em Igreja, estou humildemente convencido que para sermos verdadeiros servidores em Deus Trino, teremos de ser discípulos do Deus Uno, a partir de uma espiritualidade cristã que não se distraia muito do Evangelho, para, consequentemente, percebermos que é na diversidade de serviços que a Igreja é missionária. De joelhos diante de Deus para sabermos estar de pé diante dos homens. Por vezes somos levados a fazer o contrário: tendemos a estar de pé diante de Deus (por exemplo, sem razão aparente de falta de saúde física, no momento da Consagração eucarística muitos permanecem de pé, igualando Jesus a outro civil qualquer ), para depois andarmos, de joelhos (pelo menos com o coração) na hora de querermos gerar boa aparência a quem devemos favores. Pois a Deus é devida toda a gratidão; à humanidade, somos chamados a servir segundo os desígnios do amor de Deus.

A própria Igreja só conseguirá ser missionária quando for unânime no essencial, que muitas vezes é difícil de objetivar. Alguns aspetos são claros nas leituras da Palavra da Solenidade da Santíssima Trindade:

1. Deus deixa-se contemplar pelo que faz pelo seu povo, mais do que, meramente, pelo que é. Portanto, como dizia Santo António, «cessem as palavras e falem as obras».

2. O lugar do encontro com Deus, a partir da Ressurreição de Jesus, já não será mais o símbolo da Lei − o Templo −, mas a própria Pessoa de Jesus, no seu Espírito da Verdade.

3. Teremos de ser pequeninos para sermos capazes de chamar o Pai de “papá”. É este o “monte” escondido no cimo por muitas confusões e dúvidas, que os discípulos são chamados a escalar para, como missionários (ao mesmo tempo), sermos capazes de descer aonde Ele precisa de nós.

[Oração] À Santíssima Trindade:

Santíssima Trindade,
Vosso poder imenso
Tudo cria e governa
Até ao fim dos tempos.

 

Vós sois a plena luz,
Sois a plena alegria,
A pureza absoluta
Sobre todas as coisas.

 

Ó Pai de toda a graça,
Ó Cristo, Filho único,
Com o Espírito Santo,
Caridade infinita,

 

De Vós, Trindade Santa,
Procede toda a vida
E todo o ser criado
Em Vós se afirma e cresce.

 

Vossa bondade em tudo
Se derrama e fulgura,
Por isso Vos adora
O coração do mundo.

 

Com os Anjos da glória
Na terra Vos louvamos
E no Céu cantaremos
Por toda a eternidade.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

%d bloggers gostam disto: