Jesus educa-nos para o Pai, dando-nos o seu Espírito

[Leitura] Act 18, 1-8; Jo 16, 16-20

[Meditação] A antropologia da vocação cristã sugere-nos três elementos com os quais se pode gerir um projeto de vida, fundamentais e interdependentes no decurso de uma vida: a presença, a ausência e as etapas (cf. Sviluppo umano, psicologia e mistero, de FRANCO IMODA). Nenhum destes elementos se pode sobrepor ao outro, nem ser ignorado, no acompanhamento educacional dos mais novos, no desenvolvimento para a maturidade humana e cristã, dentro da perspetiva da perfetibilidade, à qual cada ser humana é chamado a responder com docilidade ao Espírito Santo, na gradualidade da sua liberdade.

Parece-me que Jesus, o nosso grande educador para o Pai, agiu assim com os seus discípulos: umas vezes declarou-lhes ser o rosto visível do Pai (cf. Jo 14, 9), manifestando assim uma presença afetiva de Deus no meio da humanidade a caminho; outras vezes, como hoje escutámos no Evangelho, avisou-os de uma ausência que seria sucedida de uma nova presença («Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me»). À primeira vista, este anúncio gera confusão na mente dos discípulos, mas serve para que eles também aprendam, com docilidade do Espírito de Jesus Cristo, a tirar fora de si mesmos as razões do verdadeiro seguimento.

Penso que deveria ser assim a atitude de todos os educadores, na perspetiva humana e na da fé: ter uma presença significativa ( que proponha grandes respostas) que proponha ausências que obriguem a encontrar as verdadeiras perguntas, mediadas por perguntas intermédias que ajudem a seguir de etapa em etapa em etapa no decurso do desenvolvimento humano crente. A certa altura, não basta o grupo (como na lógica da catequese da infância e da adolescência), mas é necessário (o Sínodo de outubro de 2018 dirá imprescindível) ativar o acompanhamento pessoal.

[Oração] Sal 97 (98)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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