[Leitura] Act 9, 26-31; 1 Jo 3, 18-24; Jo 15, 1-8

[Meditação] Quantas vezes as nossas mentes “perversas” pensam nos seguidores de Cristo como aqueles que se consideram ou são considerados “completos” no que toca ao cumprimento de todas as normas. É desde este bloqueio mental que, frequentemente, somos intolerantes para com quem anda à procura de Cristo, porventura nos bancos de trás das assembleias litúrgicas, onde também povoam os frequentadores menos comprometidos. A Palavra deste V domingo pascal poderá ser uma ajuda para podermos, todos (os que procuram e os que habitam), “decantar” o desejo, não a partir de uma norma, mas a partir de um encontro, no caminho pessoal e comunitário circunstanciado por tradições tantas vezes bloqueadoras de novas tentativas de realizar o novo e definitivo mandamento: o de amar como Deus.

Vejamos o que aconteceu com Saulo:

Começa a sua vida, precisamente, no zelo pela norma aprendida na escola de Gamaliel. E o facto de ser mais legalista que este mestre − na verdade Gamaliel sabia melhor o sentido da Lei que o fazia admirar a coerência de Jesus Cristo −, levou-o a ser perseguidor dos que tinham começado a viver ao jeito de Jesus Cristo, sem partir dos mesmos pressupostos legais.

No caminho de Damasco, Jesus Cristo encontra-Se com Saulo. E é aqui que acontece uma reviravolta na vida de Saulo: o ambiente relacional que lhe permitira “dacantar” o desejo de servir a Lei era outro. Ananias é mediador de uma nova visão: passou a conformar toda a sua vida a partir de um encontro pessoal e não a partir de um cumprimento legal.

Daqui podemos concluir que a Verdade que ilumina o seguimento de Jesus Cristo não é um mero cumprimento da Lei, mas uma resposta ao Amor que desfaz ou baralha uma forma de caminhar, para nos abrir a outro caminho: o do testemunho cristão, já não mediado pelo medo de errar, mas construido com a capacidade de arriscar a vida pelos outros.

[Oração] Sal 21 (22)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo