Do escutar ao fazer, não se descarte o Reino no mero dizer
[Leitura] Is 26, 1-6; Mt 7, 21. 24-27
[Meditação] Ultimamente tenho observado que as redes sociais estão povoadas de “bandeiras à americana sobre a lua” sobre todo o tipo de assuntos, nomeadamente sobre o que seja viver a verdadeira catolicidade da fé e na pedagogia que lhe subjaz na própria atitude de Jesus Cristo, no que Ele disse e fez de divino (e não de meramente humano!). “Sendo pagos” ou não, escreve-se contra e a favor (por exemplo, deitando abaixo a missão do Papa e citando-o para atrair pessoas), como serpente meneando por entre dizeres a obscurecer o diálogo que se torna diábolo em vez de símbolo, como no início da criação.
Razão tem Orígenes em lembrar que «a tempestade não torna sólido o edifício construído sobre areia», para nos fazer voltar a atenção para os fundamentos da vida e sobre o material em que ela está edificada. Ora, se o material em que a vida está edificada é o de um “detrito” histórico de religião – ou seja, de uma tradição sem “T” maiúsculo, sem mártires, pois, a não ser da ofensa verbal por autodefesa daquilo que não é Cristo, em nome de uma religião autorreferenciada – na hora do juízo final, onde estão as obras que identificam o cristão com o pobre e o miserável (uma vez que Cristo Se lhes identifica)?
Deixo aqui o manifesto (doa a quem doer): prende-te a “rendinhas” de religião e vais ver a tempestade que apanhas numa praia de sonho areoso. Nem Cristo te escusará de um banho. Agarra-te à boa prática que dá de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede e verás a rocha do alicerce da tua vida ser a mesma que a do amor firme de Deus pela humanidade! Penso que o aviso de Jesus é claro: uma oração sem consequência nem sequer chega a ser liturgia eucarística. Esta só é realidade orante quando é consequência operante. E não se deixa manipular por ninguém. Mas somente servir com humildade.
[Oração] Sal 117 (118)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo