A obediência às tradições dos homens caduca com a gratidão à supreendente ação divina

[Leitura] Sab 6, 1-11; Sal 81 (82), 3-4. 6-7; Lc 17, 11-19

[Meditação] Entre Samaria e a Galileia, contemplamos uma “auto-estrada” para a cura e uma “ruela” de gratidão. Poucos homens sabem ver que o verdadeiro e eterno bem vem de Deus e não dos homens. Quando muito, Deus quer necessitar de nós e das nossas instituições para lhe darmos graças por todo o bem que Ele faz.

Admira-me que os sacerdotes tenham merecido mais que Jesus a gratidão diante do facto da cura da lepra. É verdade que, à primeira vista, todos iam obedecer à Palavra do Mestre, mas este tipo de obediência era uma prova: deveria terminar onde começa a gratidão a Deus, que se coloca na estrada do coração humano que sofre a distância imposta pelos homens.

Por isso, ouso afirmar, à luz do Evangelho de hoje que a obediência à caduca ação dos homens deve ser relativizada em relação à surpreendente acão divina, que merece toda a nossa gratidão.

Os ministros ordenados passam a ser funcionários do sagrado quando perdem a capacidade de dar graças à novidade surpreendente de Deus diante do cumprimento das tradições dos homens. Enquanto que os batizados, em geral, correm o risco de ver congelada a fé com as suas tradições, mesmo que surja o bem-estar humano no caminho, se não aprenderem a dar graças por Deus se cruzar com a sua novidade surpreendente (a verdadeira Tradição que a Igreja fielmente transmite de geração em geração).

Menos mal que  como acontece na parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 29-37), no caminho para o cumprimento do “dever”, a nossa fragilidade nos faz parar/cair no deserto da nossa impotência, para se dar inicio (ou não, conforme a atenção à surpresa) a uma nova história de comunhão com Deus no irmão.

[Oração] Para a oração, explorem-se estes subsídios.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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