A misericórdia está para a desobediência como o chamamento para a obediência
[Leitura] Rom 11, 29-36; Lc 14, 12-14
[Meditação] A liturgia desta memória de S. Nuno de Santa Maria coloca-nos diante de dois grandes mistérios: o da irrevogabilidade do chamamento de Deus que não desiste de provocar o ser humano para a vivência do seu amor infinito; o da liberdade humana que, apesar de todo aquele amor, nem sempre responde obedientemente ao seu Criador através de escolhas condizentes com aquele projeto.
A observação do panorama das vocações na Igreja europeia leva-me a defender que a vida cristã, de tempos a tempos, necessitaria de uma avaliação no que toca à transmissão dos valores do Evangelho em consonância com a dinâmica interna da Evangelização. Será que os verdadeiros valores estão a ser transmitidos ou, mais uma vez, concluímos meramente que é a sociedade que, hoje, influencia mais a Igreja do que esta a sociedade.
Precisamos de revisitar a vida dos Santos como a de S. Nuno que, não deixou que o poder militar o tirasse do caminho da fé concreta, pelo contrário: trouxe da sua experiência civil a força que o ajudou a desenvolver a militância dos valores cristãos. Estamos a precisar de uma reviravolta interna, para que o exterior também possa mudar. Para isso, é necessário que se desenvolva um diálogo interior entre o coração humano e a voz de Deus, enquanto que o Seu amor nos precede com a misericórdia diante dos nossos pecados.
[Oração] Sal 68 (69)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo