A radicalidade batismal de cada um bastaria, pela conciliação de políticas, para uma economia global
[Leitura] Is 25, 6-10a; Filip 4, 12-14. 19-20;Mt 22, 1-14
[Meditação] É incrível como, na sociedade de hoje, milhares de milhões de euros são tansacionados entre entidades de diverso tipo, sem que isso signifique melhoria de vida para os pobres que acabam por se ver implicados nas taxas do orçamento de Estado. Ao mesmo tempo, a comunicação social controlando, sem escrúpulos, a atenção das pessoas para que a cada mau acontecimento se vá sucedendo outro menos mau ou pior que desvie a atenção (apuramento de responsabilidades sobre o que aconteceu em Pedrógão > Operação Marquês > agora novos incêndios (supostamente causados por ninguém, talvez todos pela mãe natureza) > qualquer dia o Mundial na Rússia). No tocante à governação da polis, já se concluiu há muito a sua qualidade líquida. E no tocante ao Reino de Deus, para os que creem, qual é a “ordem”?
Para descobrirmos essa “ordo amoris” no perfil do Pai eterno, convém, desde a nossa experiência humana, contemplarmos as vezes que estivemos sentados à mesa de uma refeição festiva. Sim! Conhecemos melhor Deus se O contemplarmos na trivialidade das nossas experiências humanas, assim como O desconhecemos quando estamos distraídos ou nos deixamos manipular pelas informações que nos rodeiam. Deus é esse Senhor que prometeu a toda a Humanidade um lugar no banquete eterno de Seu Filho e não descansa enquanto todos os homens e mulheres, bons e maus, não se tiverem sentido convidados!
Na parábola podemos quer rever a história até à vinda de Jesus Cristo, quer antever a experiência do Reino que nos está preparado. Nas personagens que ela contém podemos, também, entrar na cena. Faremos que figuras? A do judeu que prefere sobrevalorizar os seus negócios? A dos pagãos convertidos que querem fazer parte do Reino de qualquer modo? Ou, na melhor das hipóteses, ser servos que colaboram no anúncio deste convite que é dirigido a todos?
Aquela ausência notória do “traje nupcial” por parte de um homem faz-nos compreender que a vivência dos valores do Evangelho por parte de cada pessoa tem uma correspondência direta com a forma como se partilham os bens de uma sociedade é chamada a gerir. A vida cristã não é uma realidade independente da vida social! É por isso que os batizados são chamados a meter-se na vida política: para, nela, colaborarem para que a justiça social seja pressuposto da paz fraternal; para o que a política deve estar acima da economia, para que esta chegue a todos. Como é que isso se consegue? Pondo os valores do Batismo acima da política, uma vez que também esta não pode tudo em relação à obtenção do Reino que nos está prometido.
Exemplo desta vivência da “ordo amoris” é São Paulo, que dava glória a Deus quer estivesse na abundância, quer estivesse na pobreza, correndo mesmo o risco de estar preso. Podemos concluir que não basta exercer este ou aquele ministério para nos sentirmos integrados no Reino; assim como não basta estar puros; é preciso, porventura, “sujarmos as mãos” se for preciso, para levar o mesmo convite a quem dele está longe. Novamente: decisivo para o testemunho cristão não é tando a discrepância entre o que dizemos e o que fazemos, mas uma fé firme em Deus que corresponda com o empenho de amor em favor dos irmãos.
[Oração] Sal 22 (23)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo