Pode ser que a “pedra no teu sapato” venha a ser dada a outrem…!

[Leitura] Is 5, 1-7; Filip 4, 6-9; Mt 21, 33-43

[Meditação] Na vida de quem “habita” a Igreja há sempre algumas “pedras no sapato”: conflitos, imprudências, autossuficiências, incompreensões, insucessos apesar de tanta dedicação, diversos sofrimentos que ferem a esperança… O que fazemos com estas “pedras”? Simplesmente, atira-mo-las fora? Arremessamo-las aos outros? Ou oferecêmo-las a Deus para o fabrico de “pérolas”, dentro da concha da(o) nossa(o) (c)oração? Para aprendermos a lidar com estas “pedras no sapato”, sugiro os seguines passos, à luz da Liturgia da Palavra deste XVII domingo do tempo comum:

1º – “Dançarmos” (mesmo com a pedra dentro do sapato”) ao som do cântico da vinha “cantado” pelo profeta Isaías. Nesta dança descobrimos o amor que Deus Pai colocou em tudo o que criou, fazendo tudo bem feito, e da relação esponsal que propôs e alimentou fielmente em favor do seu Povo. De facto, quando formos capazes só de contemplar a admirável condescendência que Deus Pai colocou na relação connosco (com cada um em particular!) ao preparar-nos as condições para que nascêssemos e crescêssemos para sermos (pelo menos) o que somos hoje, certamente seríamos capazes, também, de dar o segundo passo:

2º – Regressar à intimidade com Deus, no Espírito Santo, para aprendermos a reagir de outra maneira às inquietações. Paulo tem razão: «a paz de Deus está acima de toda a inteligência». Para isso, por momentos, aproveitemos o “deserto” para onde nos levam as inúteis inquietações e os “agraços” da nossa falta de consideração a Deus Pai, para descobrirmos, de novo, «tudo o que é verdadeiro e nobre… justo e puro… amável e de boa reputação… virtude e digno de louvor.. o que devemos ter no pensamento». Daqui acontecerá uma coisa maravilhosa:

3º – O “trespasse” para a Igreja, onde Jesus Cristo é a pedra angular. Na verdade, muito em nós ainda é Antigo Testamento. O Batismo é mais do que uma veste do 3º ano de catequese: não se foi batizado, é-se continuamente e constrói-se a pertença ao Corpo de Cristo com os outros, em missão, irmanados nas águas onde a barca da Igreja de Jesus Cristo navega para o Reino definitivo, onde saborearemos os frutos que Jesus nos veio ajudar a colher da sua Morte e Ressurreição.

Deste tríptico meditativo, saltam outras perguntas, que são “pedras no sapato” da comunidade da Igreja: o que é feito dos jovens que Deus formou com tanto carinho na sua Catequese? Como é que as famílias cuidam dos seus herdeiros (que na realidade são herdeiros de Deus Pai)? Como acontece o trespasse da fase da procura para a fase da decisão vocacional (em resposta ao apelo de Jesus Cristo)? Que fazer dos dons que Deus dá a cada um (no Espírito)?

Que no mês das Missões Nossa Senhora nos ajude a entrar na Missão da Paz!

[Oração] Sal 79 (80)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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