Que todas as nossas ações tenham o adjetivo de “obedientes”!

[Leitura] Ez 18, 25-28; Filip 2, 1-11; Mt 21, 28-32

[Meditação] A obediência cristã é a que, sujeita a um discernimento da realidade humana iluminado pela Palavra de Deus, se concretiza por uma decisão que tende a aproximar-se do cumprimento da vontade de Deus. Esta, por vezes, pode pedir-nos, aquém do respeito humano, alguma ação que pareça “desobediência obediente”, ou seja, um adjetivo com o bem possível substantivado.

Não se trata de uma obediência cega, como aquela do segundo filho da parábola que, ignorando as forças humanas contraditórias, se apressa a prometer o que não pode. A obediência, sem a ponderação das forças humanas para assumir a vontade de Deus, não passa de um substantivo com um mau adjetivo, ou seja de uma “obediência desobediente”.

Deste jogo de palavras, resulta claro que o “credo dominical” que os cristãos professam no Dia do Senhor tem de passar a ser “confessado” diariamente, em cada ação, como “credo ferial”. É assim a vinha do Senhor: uma atividade ferial (do quotidiano), de uma Vontade expressa e acolhida festivamente (ao Domingo!). O trecho da Carta aos Filipenses inspira-nos que tudo o que for superior aos respeitos humanos e tudo o que for inferior à vontade de Deus coloca o crente no caminho do mal (ainda que seja menor). Ao contrário, considerar tudo o que é humano e iluminá-lo com a vontade de Deus, é caminhar ao encontro do bem (ainda que seja só o possível). Na verdade, como sugere o profeta Ezequiel, o justo que praticou a virtude pode vir a cair e o pecador que pecou pode vir a fazer o bem.

O que é determinante para o testemunho cristão não é tanto a discrepância entre o que dizemos e o que fazemos (haverá sempre alguma na nossa condição de errantes), mas a manifestação de fé firme no empenho de amor em favor dos irmãos.

[Oração] Sal 24 (25)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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