Amar a Deus requer-te todo/a; o amor ao próximo destina-se a todos
[Leitura] Rut 1, 1-2a. 3-6. 14b-16. 22; Mt 22, 34-40
[Meditação] A liturgia da Palavra de hoje apresenta-nos uma das respostas centrais de Jesus aos fariseus, sobre o maior mandamento da Lei, que eles não puderam rebater. Na verdade, atiçados pelo espírito grupista (portanto, fechado) dos saduceus, eles e estes nem sabem centrar-se em si próprios para responder convenientemente ao amor de Deus, nem ousam perder provilégios para sairem do seu núcleo fechado fazendo-se próximos dos outros com o amor que Deus dedica a todos.
Amar a Deus implica entrarmos dentro de nós mesmos e sintonizar o coração, a alma e o espírito, para darmos uma resposta interiormente unânime ao seu infinito amor. Amar o próximo, por sua vez, implica sairmos ao encontro da diversidade dos outros ou acolher os outros no espaço que Deus já preencheu com o seu amor, a transbordar para aqueles que precisam na emergência das suas circunstâncias.
A “semelhança” dos mandamentos corresponde à “semelhança” de todos com o mesmo Criador. Entendo, por isso, a experiência de amar e ser amado como uma cascata em que a Fonte é Deus e cada pessoa (ou grupo de pessoas) é um socalco em que o amor que vem dessa fonte se aloja, não para ficar como água estagnada, mas para transbordar para outras pessoas ou grupos de pessoas (socalcos). Para que o amor de Deus, acolhido sem reservas pela pessoa, possa chegar a todos. Nas palavras de Jesus aos fariseus está implícito um elogio aos que transbordam de amor crente como Rute para com Noémi.
[Oração] Sal 145 (146)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo