O céu é para todos, a começar pelos que não se deixa “reinar” neste mundo
[Leitura] Jz 9, 6-15; Mt 20, 1-16a
[Meditação] As pessoas que não acreditam na vida eterna fora desta terra, certamente tendem a considerar que o paraíso será restaurado ou construído aqui, no auge das condições económico-sociais. Obviamente, os recursos que deveriam chegar para todos, independentemente dos conteúdos da religião que se professam, enchem a “dispensa” da corrupção de alguns. Alguns “têm o rei na barriga”, enquanto que na vida de outros reina a pobreza, juntamente com as causas das outras bem-aventuranças.
Jesus, com a sua parábola de hoje, deixou claro que a lógica do Reino é outra, uma vez que nele vigora a Vontade de Deus e não a do ser humano, a não ser que este pactue com essa santa vontade. Por vezes, também nos nossos círculos pastorais se passa um pouco daquela atitude retratada nos vinhateiros: uns querem parecer o merecimento que, aos olhos de Deus, não têm, pelo menos dissemelhante do que Ele quer dar a todos. E nem sequer o estilo da paternidade ou maternidade humanas serve para qualificar, a não ser por uma certa analogia, a dádiva infinita de Deus para com a humanidade.
Uma coisa é certa: Jesus não deixa escapar a preferência pelos últimos. Àqueles que certas pessoas descartam dos poderes no mundo, Deus aproveita-os para a sua “vinha” e dá-lhes a mesma recompensa. Só Ele é que sabe avaliar quanto valem, mais do que aquilo que podem fazer. Os espinhos causados por esse descarte, através do amor de Deus, transformar-se-ão em jardins bem irrigados com a graça da sua Paz.
[Oração] Sal 20 (21)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo