A busca da perfeição é o caminho que vai da riqueza à pobreza

[Leitura] Jz 2, 11-19; Mt 19, 16-22

[Meditação] Diante deste trecho do Evangelho, em que o jovem rico é apresentado como cumpridor da Lei, sempre me questionei sobre a oportunidade da perfeição para os pobres que não sejam muito cumpridores dos mandamentos. Daqui resultam algumas perguntas:

— O que será mais difícil: cumprir irrepreensivelmente os mandamentos ou relativizar os bens materiais no seguimento do Mestre?
— Para seguir o Mestre teremos que separar as etapas cumprir os Mandamentos e vender tudo para O seguir?

Arrisco partilhar algumas intuições:

♦ A resposta ao anúncio do Reino com a conversão tem de ser cúmplice da relativização dos bens materiais.

♦ A “viagem” a empreender entre o desprendimento das riquezas e o seguimento de Jesus corresponde à que é necessário realizar entre a miséria espiritual e a “pobreza em espírito”.

♦ Tanto se pode adorar ídolos com o exímio cumprimento de normas (mesmo que religiosas) como através de uma tentativa de “seguimento” sem regras.

♦ A melhor forma de não vermos a nossa vida cristã “saqueada” por “salteadores” de vária ordem é gerar uma espécie de empatia entre uma vida simples (que implica colocar os bens ao serviço dos outros, até ao limite de dar tudo aos mais desfavorecidos) e uma gradual vivência dos valores do Evangelho.

A (santa) intransigência que caraterizou o pontificado de São Pio X pode inspirar-nos a darmos uma resposta a Jesus que contraste quer com a do jovem rico quer com a da devassidão dos israelitas no tempo dos Juízes.

[Oração] Sal 105 (106)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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