Da amplitude do perdão resulta a profundidade e alcance do caminho
[Leitura] Jos 3, 7-10a. 11. 13-17; Mt 18, 21 – 19, 1
[Meditação] Sabemos todos que as ofensas dos outros e os próprios pecados constroem escolhos na vida de todos, de modo que o relacionamento fraterno e até, social, fica limitado a muitas fronteiras que se fecham diante do olhar e do coração. A atitude de viver começa a ficar calculista e diante das dificuldades cerra-se o passo. Fica longe a terra prometida da civilização do amor.
A liturgia de hoje, dedicada a Santa Beatriz da silva, põe em paralelo o ensinamento de Jesus sobre o perdão e a travessia do Jordão pelo Povo de Deus, agora comandado por Josué, que transportava a Arca da Aliança. Aquele pequenino diálogo do Evangelho, antes da parábola, é sumariamente indicativo de que, embora o irmão possa ofender uma só vez, àquele que sofre a ofensa é sugerido que perdoe com atitudes de bem, não se reduzindo a um mero conjunto de “descargos de consciência”, mas espalhando por todos os dias atitudes de resposta que contraste com o mal sofrido. Resumo: responder continuamente ao mal com o bem! Foi o que Deus sempre fez com o seu Povo amado que, apesar de Lhe ter sido infiel, continua a ser amparado no caminhar até ao outro lado do rio, a pé enxuto!
Da parábola atualíssima que Jesus contou resulta uma ética cristã, de onde se pode tirar, também, uma já conhecida ilação para as relações sociais: «Sem ética não há desenvolvimento (para ninguém)». Esta é uma afirmação do Cardeal Óscar Maradiaga que vale, não somente para entender a ética como um conjunto de regras fixas ou menos para as relações económico-sociais, mas também para entender a mensagem cristã como fundamento de todo o desenvolvimento humano, apta para nos ajudar a ultrapassar as barreiras em ordem a podermos alcançar horizonte último da vida.
[Oração] Sal 113 A (114)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo