Na Arca da Nova Aliança, a herança de sermos discípulos-missionários
[Leitura] 1 Cr 15, 3-4. 15-16; 16, 1-2; 1 Cor 15, 54b-57; Lc 11, 27-28 / Ap 11, 19a; 12, 1-6a. 10ab; 1 Cor 15, 20-27; Lc 1, 39-56
[Meditação] Quando esteve em Fátima, a 12 e 13 de maio de 2017, o Papa Francisco disse-nos que não vamos àquele santuário para ver Nossa Senhora, pois teremos a eternidade toda para a vermos, se formos para o Céu. Disse: «veio lembrar-nos a Luz de Deus que nos habita e cobre» e a partir da exclamação de que «temos Mãe» condivou-nos a agarrarmo-nos a Ela como filhos, vivendo da esperança que assenta em Jesus.
O mistério gozoso que celebramos nesta Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria inspira-nos, pelas leituras da Missa da Vigília e do Dia, a olhar para Nossa Senhora como aquela Arca da Nova Aliança, não só porque, realmente, transportou no seu seio virginal o autor da salvação definitiva, mas também porque foi discípula missionária da Palavra feita carne. É eloquente a este respeito o outro mistério gozoso narrado por Lucas, em que Maria leva Jesus no seu seio ao encontro de sua prima Isabel.
Uma vez que esta “Arca da Nova Aliança” foi transladada definitivamente para os Céus, recebendo, assim, a mesma glória de Jesus Cristo Ressuscitado, de lá Ela está aberta para toda a humanidade. Extraordinariamente, esta abertura ganha o dinamismo que celebrámos nas Aparições de Fátima, como aconteceu noutras épocas históricas em outros lugares. Dessa “Arca” tiramos a “herança” que é o convite contínuo a sermos, como a Mãe de Jesus, discípulos-missionários: escutando a Palavra e “trasladando-a” para a prática, para que todos os homens e mulheres de cada tempo e lugar possam ter acesso à mesma herança, que não diminui, mas se multiplica à medida que a partilharmos, até ao momento em que não houver mais morte.
Esta “trasladação” da Palavra à prática torna-se cada vez mais urgente na medida que se refere aos sedentos de Deus, no nosso tempo, assim como os pobres e os que sofrem injustiças, à espera de alguém que lhes leve na “arca” da sua vida aquela “herança” traduzida em justiça e paz.
Que Maria, subida ao Céu em corpo e alma, nos cubra com o seu manto de luz e nos proteja na tentativa quotidiana corajosa de levar Jesus aos pequeninos da nossa sociedade.
[Oração] Sal 131 (132) / Sal 44 (45)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo