A caminho estamos todos, mas Deus não dispensa intermediários…

[Leitura] Num 12, 1-13; Mt 15, 1-2. 10-14

[Meditação] Pode acontecer, dentro ou fora da Igreja, quem dispense o papel importante dos que se configuram mais especialmente a Cristo (diáconos, presbíteros e bispos), ainda que a todo o povo de Deus, pelo Batismo, seja dada a graça de participar na tríplice missão de Jesus Cristo, cada um a seu modo.

Há várias formas com as quais pode acontecer perigosamente aquele descarte:

1ª – A infelicidade de se pensar ou afirmar, como Maria e Arão no Levítico, que o Espírito Santo também inspira a todos e, portanto, os pastores são dispensáveis na hora de manter ou mudar tradições (do mesmo modo, os pastores não podem dispensar a opinião dos leigos);

2ª – Pensar redutivamente que a renovação da Igreja no que toca à reorganização (sobretudo) celebrativa deve acontecer por causa da falta de padres é diminuir a importância e a amplitude da sua missão, mais para além da ação de santificar;

3ª – Contemplar com miopia os presbíteros como meros funcionários no sagrado, reduzindo a sua importância às ações com os quais se contacta e ignorando que, antes de tudo, devem ser homens de intimidade com Deus e relação fraterna entre os seus irmãos;

4ª – Considerar indevidamente que o padre é muito preciso nas paróquias sem o atrevimento de considerar que os jovens rapazes não precisam de entrar no Seminário para serem formados;

5ª – Ficar ofendidos porque os presbíteros precisam de fazer mudanças implicadas na prática um plano pastoral diocesano, por ser bom, no modo de ver de Jesus, o que “entra” em ação de renovação, melhor do que aquilo que “sai” como reação.

Penso que quanto ao ministério presbiteral têm havido pecados por omissão (não dolosos, portanto, e sem julgamentos de qualquer valor da minha parte) que terão de ser tidos em conta na apresentação dos dons pelos próprios presbíteros na Eucaristia, uma vez que eles foram investidos na missão de presidir àquele sacrifício pelo qual Cristo Sacerdote continua a invocar a misericórdia de Deus para todos.

A pastoral da Igreja tem de deixar de ser um “ensaio sobre a cegueira”, onde se tecem todas as desculpas por causa de uma compensatória (portanto, falsa) pedagogia pastoral que em vez de promover a formação da consciência das pessoas em comunidades de um verdadeiro dinamismo inspirado pelo Evangelho.

Para isso, precisamos, inequivoca e indispensavelmente, de uma corajosa formação (inicial e permanente) dos presbíteros – como resposta a ideologias farisaicas que pairam por aí…

[Oração] Sal 50 (51)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

%d bloggers gostam disto: