Quem pode mais: um santo decapitado ou um rei que perde a cabeça?

[Leitura] Lev 25, 1. 8-17; Mt 14, 1-12

[Meditação] Os avisos de João Baptista a Herodes Antipas poderiam ter aberto as portas a um jubileu se o rei tivesse “devolvido” Herodíades ao seu verdadeiro “dono”, sem ter de o mandar decapitar. Assim como com o seu antecessor, Herodes o Grande, se tivesse acolhido a notícia do anúncio do nascimento de Jesus sem ter de reagir com a matança dos Santos Inocentes. Dá a impressão que o ato de “perder a cabeça” se transmite geneticamente, quando a mania do poder a preenche com um défice de reconhecimento das Pessoas cuja Missão consiste num verdadeiro bem para a humanidade.

E assim continua a “dança” manipuladora na sociedade hodierna: a das subvenções políticas a poderes que pouco ou nada resolvem quanto às emergências causadas por catástrofes naturais ou, quiçá, por favores servidos em bandejas de negligência juntamente com a cabeça de inocentes.

Falta à política da atualidade o que seria para todos uma causa de grande júbilo: devolver o reconhecimento prático às instituições e pessoas concretas que cotizam meios e esforços graciosos de socorro, sem a manipulação da burocracia do falso poder. Neste sentido, tem havido uma depauperação “genética” do papel da política, que em vez de ser uma vigiada democracia continua a ser, como, por vezes, no tempo de “el rei”, uma demente aristocracia.

[Oração] Sal 66 (67)

[ContemplAção] www.twitter.com/padretojo

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