O holy-spinner tem mais propósito que o fidget-spinner!

[Leitura] Ex 34, 4b-6. 8-9; 2 Cor 13, 11-13; Jo 3, 16-18

[Meditação] Ao recordar, nesta Solenidade, o grande mistério da Santíssima Trindade, junto de jovens e em ambiente de pastoral vocacional, pareceu-me lícito usar a imagem do famoso “spinner” para nos referirmos à “Trindade de Pessoas distintas na Unidade de uma só Natureza Divina” cantada no Prefácio da Liturgia Eucarística. Antes, porém, de falar aos jovens a partir desta imagem, fui investigar e descobri que o “anti-stress” que anda por aí nas mãos de muitos adolescentes não tem outro propósito para além de ajudar a dissipar a angústia dos testes em tempo-quase-de-verão. Será que ajuda?!

Já não é mau que tire algum estresse. No entanto, para quê ficar sem ele se for em vão? No trecho do Evangelho de hoje, São João recordava-nos que o amor de Deus não foi em vão, ao dar-nos o Seu próprio Filho e o Seu Espírito Santo. Há dois “para que” no meio do texto a garantir a vida eterna para aqueles que acreditarem n’Ele e a salvação do mundo inteiro. Sim, Deus tem um propósito ao amar-nos infinitamente e a forma como o fez apela à resposta não de um “porque não” de condenação, mas de um “por que não” de entrega confiante.

O holy-pinner, enfim, é a Cruz de Cristo que nos ajuda, com estresse ou sem estresse, a transportar a nossa pequena cruz até à salvação. Como aquele estresse dos nossos pais e mães ao acarinharem o nosso crescimento, dos catequistas e professores ao educarem-nos na fé e na cultura, etc. Portanto, não basta dissiparmos as nossas inquietações; é preciso colocar toda essa energia a favor de um propósito que valha a pena. Como nos recordou o Apóstolo Paulo, foi para isso que o Deus do Amor e da Paz nos enviou o Seu Filho e nos ofereceu o Espírito Santo. Envolvamo-nos nesta “espiral de amor” através da alegria, como Moisés, por um caminho de adoração, conversão, perdão e filiação que nos aproxima da gloriosa herança da Família de Deus.

[Oração] Hino da Liturgia das Horas (Hora Intermédia):

Bem eu sei a fonte que mana e corre,
Embora seja noite.

Aquela eterna fonte não a vê ninguém
E bem sei onde é e donde vem,
Embora seja noite.

Não sei a fonte dela, que não há,
Mas sei que toda a fonte vem de lá,
Embora seja noite.

Não pode haver, eu sei, coisa tão bela
E céus e terra beleza bebem dela,
Embora seja noite.

Porque não pode ali o fundo achar,
Eu sei que ninguém a pode atravessar,
Embora seja noite.

A claridade sua não escurece
E sei que toda a luz dela amanhece,
Embora seja noite.

Tão caudalosas são suas correntes
Que regam céus, infernos e as gentes,
Embora seja noite.

E desta fonte nasce uma corrente
E bem sei eu que é forte e omnipotente,
Embora seja noite.

E das duas a corrente que procede
Sei que nenhuma delas a precede,
Embora seja noite.

E esta eterna fonte está escondida
Em este vivo pão a dar-nos vida,
Embora seja noite.

Aqui está a chamar as criaturas
Que bebem desta água, e às escuras,
Porque é de noite.

Esta viva fonte que desejo,
Em este pão de vida, aí o vejo,
Embora de noite.

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

%d bloggers gostam disto: