O maior mandamento é o do amor prático
[Leitura] Tob 6, 10-11 – 7, 1. 9-17 – 8, 4-9a; Mc 12, 28b-34
[Meditação] Jesus deixa-Se encontrar nas fronteiras do pensamento, como diante daquele escriba que Lhe perguntou qual era o primeiro de todos os mandamentos. Ambos concordaram com a síntese da Lei: o primeiro e o segundo que se completam na relação com Deus e com o próximo. Ligo este texto a Mc 9, 35 e a Mc 10, 44, onde Jesus declara aos discípulos e aos Apóstolos, respetivamente, que quem quiser ser o maior, deve ser o servo de todos. Assim acontece com o Mandamento! Tem de servir, para ser primeiro.
Daqui deriva a necessidade de imitarmos Jesus na sua forma prática de orientar a nossa humanidade pelo caminho que salva. Nem sempre as leis, tais como são apresentadas às pessoas, as ajudam a configurar um sentido prática para a busca da verdadeira vida. Quantas vezes uma lei interfere em vez de libertar?!
Também hoje, a constituição de uma família parece ser uma “empresa”, por causa das leis que açambarcam todo o processo. Na história de Tobias, se formos ver bem, não há muitos condicionantes para o sucesso de uma relação, a não ser a confiança em Deus e a vontade de fazer o outro cônjuge feliz. Não estou aqui a defender a ausência da mediação das instituições Igreja e sociedade na formação da família. No entanto, parece, por vezes, haver a ausência mais grave que é a da matéria: o amor, agrilhoado por tantas leis que constringem a liberdade ou impedem a responsbilidade de ser uma experiência exequível. Quantas voltas os noivos se obrigam ou são obrigados a dar, por vezes, para a realização de um casamento, frequentemente, sem Matrimónio. Quanto “uma só coisa seria necessária…” (cf. Lc 10, 42).
Faltava uma coisa ao escriba, que não estava longe do seu alcance e à qual Jesus lhe abre as portas: deixar a letra morta e passar a fronteira para a prática do amor a Deus e aos outros, na vida.
[Oração] Sal 127 (128)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo