O Silêncio de José
[Leitura] 2 Sam 7, 4-5a. 12-14a. 16; Rom 4, 13. 16-18. 22; Mt 1, 16. 18-21. 24a ou Lc 2, 41-51a
[Meditação] Ignácio Larrañaga falou muito eloquentemente dobre “O Silêncio de Maria”. Ao abeirar-me, na véspera desta Solenidade, da Palavra dei-me conta que de José não nos ficou memória de ter falado alguma coisa, de maneira que também poderíamos falar do silêncio de/sobre São José, de certo modo liturgicamente anulado pelo Papa Francisco ao sugerir aos que presidem à Eucaristia de O incluir na Oração Eucarística após a menção da Virgem Maria.
Por conseguinte, o que mais me entusiasma em José é a sua experiência de sono que, ao ser, também, invadida pela voz de Deus, passa a ser uma atividade silenciosa, mas forte e pura, no que toca à proteção d’Aquele que Maria trazia no seu seio, proteção que, nos Evangelhos, permanece até à vida adulta de Jesus (supostamente, ainda para além dos 12 anos, depois de ida ao templo).
Estou a lembrar-me do que Jesus declarou ontem à Samaritana — «os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade» (cf. Jo 4, 5-42) — e a refletir que esse estilo verdadeiro de adoração já acontecia na sua Sagrada Família: Maria ajudando-O a gerar-se continuamente no Espírito e José a robustecê-l’O na atitude de ser o Filho obediente ao (Seu) Pai (verdadeiro). Daqui depreendo uma das que (humildemente) penso ser uma das notas fundamentais para o acompanhamento das famílias na educação dos seus filhos, sejam quais forem as circunstâncias por que passam: o que educa mais os filhos para virem a ser equilibrados é, antes de tudo, um amor verdadeiro entre os seus progenitores, ainda que diferenciado pela complementaridade dos seus estilos de agir, entre a palavra sábia de um e a ação silenciosa de outro.
[Oração] Sal 88 (89)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo