Quando não escutamos o amor (re)criador, mal podemos falar como criaturas
[Leitura] Gen 3, 1-8; Mc 7, 31-37
[Meditação] Não me estranha nada que Jesus, quando manifesta a sua glória através de uma cura, se afaste da multidão com o doente. Aquela só se apercebe dos efeitos, ficando à parte dos procedimentos.
Talvez tenha sido esta a intenção divina do Criador, no princípio, colocando tudo o que era efeito do seu amor criador à disposição dos nossos primeiros pais, exceto a possibilidade de assumir a responsabilidade sobre a causa primeira da vida e o sentido último da existência. Uma cena semelhante à do Evangelho é a que, no Livro do Génesis, retrata miticamente a criação da mulher, colocando aquele num sono profundo para que esta apareça para lhe ser uma complementaridade dialogante.
Ser criaturas amadas e sãs é o objetivo do amor de Deus no projeto que tem para o ser humano. E capazes de se relacionar “inter pares” no progresso da vida a que Deus os chamou a colaborar. Quando, incentivado pela serpente, o ser humano faz ouvidos moucos a esta “ordo amoris” manifestado pela Palavra, então “mal pode falar” desse amor, seja por palavra, seja por obras, como aquele doente que Jesus curou.
[Oração] Sal 31 (32)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo