O coração humano é um “cântaro” convidado a regar trigo, não joio

[Leitura] Gen 2, 4b-9. 15-17; Mc 7, 14-23

[Meditação] Da mensagem que o Papa Francisco deixou naquela noite de vigília com os jovens em Rio de Janeiro (JMJ, julho 2013), ficou a ressoar no meu coração a exortação a não regarmos o joio, mas o trigo. O Papa inspira-se na parábola do semente e dos terrenos em que ela pode cair, um dos quais pode ser o de espinhos que sufocam a semente da Palavra. Lamentavelmente, podemos regar estes, em vez de cuidar da semente que caiu no canteiro de terra boa que, de certeza, e mesmo que escondido, cada ser humano tem.

Jesus é o semeador e imita o Criador, pois ambos só fizeram coisas belas e deixaram tudo bem ordenado entre as criaturas e sobre a forma de se relacionarem entre elas. É pressuposto, por isso, tudo funcionar bem com o que vamos descobrindo acerca das coisas criadas. No entanto, do livre arbítrio humano pode resultar outra coisa que não a escolha da árvore da vida, mas a do conhecimento do bem e do mal para saciar os seus apetites desmesurados.

Portanto, o que nos torna bons ou maus ou o que faz com que a experiência da vida possa ser boa ou menos boa tem a ver com um interruptor que está dentro do coração humano. Ele é fonte de motivações, conforme a liberdade de cada um se deixar guiar pela Palavra de Deus. Crescer nas boas decisões não implica à partida a “fuga mundi”, senão não ensaiamos! Implica, isso sim, não ter medo da dialética interior e assistir-lhe com a coragem de quem quer assumir a própria aventura de viver  bem a partir da escolha da melhor versão de si mesmo.

[Oração] Sal 103 (104)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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