Na mesa da vida cristã serve-se o saber que dá sabor!
[Leitura] Is 58, 7-10; 1 Cor 2, 1-5; Mt 5, 13-16
[Meditação] A liturgia deste domingo, na Diocese de Viseu, faz culminar a experiência da celebração de mais um de três diáconos que o Senhor doou à nossa Igreja (outros dois nos domingos anteriores). É uma grande graça, não só pelo que irão ser depois deste estágio no serviço, como presbíteros, mas também pelo que significa o 1º grau do Sacramento da Ordem: o serviço às “mesas” e o cuidado para com os “órfãos”. O que está bem patente nas leituras deste domingo é uma das funções fundamentais da missão da Igreja: o serviço (diakonia). Juntamente ao testemunho (martyria) e e à celebração (leiturgia). Na verdade, a pastoral social é um bom barómetro de como o Evangelho se transmite na pastoral profética e se celebra na pastoral litúrgica.
A maior parte das vezes, não se vê o cuidado escondido dos cristãos para com os famintos e os abandonados, porque sabem que a caridade que se publicita é oportunismo. O sal, na medida adequada, quando misturado com a comida também não se vê, ao mesmo tempo que lhe dá sabor. O importante é que as motivações que o fazem ser eficaz não são outras que as que dimanam dos valores do Evangelho de Jesus Cristo. Quando vemos um cristão muito eufórico, quase a festejar antes de concluir o serviço aos outros, só porque desenvolveu uma bela ação, então as motivações não são as do Evangelho. Nessa ação não há verdade e muito menos caridade.
O dever da justiça está aquém de toda a caridade que se possa fazer e esta é o cume que só é possível pelos que vivem segundo as motivações de Deus. As motivações do cristão, impelido pelo Espírito do Senhor a fazer o bem, alimentam-se da fé no poder de Deus e não na confiança em qualquer que seja das qualidades humanas. Os que recebem o 2º grau (os presbíteros) e o 3º grau (os bispos) do Sacramento da Ordem passam por um período de tempo no diaconado, não porque têm de ser provamos, meramente, mas porque a dimensão do serviço tem de ficar bem “instalada” no estilo de ser que leva ao bem fazer. Os diáconos permanentes oferecem-se para viver o serviço como estilo de vida permanente. Todos os batizados, numa comunhão expressiva de carismas, orientados pela hierarquia da Igreja, somos convidados a praticar o bem sem discursos ou demoras, para que os famintos e os pobres sejam convenientemente e urgentemente socorridos. Não esconder esta luz é um convite a que os aflitos nos possam chamar “de urgência”.
[Oração] Sal 111 (112)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo