Os respeitos humanos não são “experts” em hospitalidade de Deus
[Leitura] Hebr 13, 1-8; Mc 6, 14-29
[Meditação] A situação vivida por Herodes, infelizmente, pode acontecer com qualquer ser humano: prendeu João Batista por este lhe apontar o dedo ao mal que estava a fazer, mas Herodes é que estava verdadeiramente preso por este mal. E o que confirmava este cativeiro era, por um lado, a admiração com que o escutava e, por outro, a perturbação por o seu pecado ser uma realidade. João Batista, por ser Seu precursor, representa Deus; Herodes representa o homem, na ambiguidade das suas paixões e decisões. Com ele, aprendemos que os respeitos humanos prendem-nos à incapacidade de não hospedarmos Deus devidamente.
E com o autor da Carta aos Hebreus aprendemos, também, que as atitudes “politicamente corretas” podem povoar os relacionamentos mesmo dentro dos ambientes eclesiais. À decisão pelo “amor fraterno”, quantas vezes não lhe “cortamos a cabeça” por estarmos presos a leis e conveniências falsamente inspiradas em códigos de conduta mais ou menos institucionalizados? Vamos a olhar mais de perto e… nas estradas do que chamamos de “ação pastoral” nem sempre vislumbramos os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que Se decidiu claramente por “hospedar” cada ser humano no coração de Deus misericordioso.
A vivência da fé necessita cada vez mais da “arte da bênção” tão bem descrita por Elmar Salmann como «arte de ler os contornos do nosso tempo e de reler, nele, lugares possíveis – humanamente honestos e dignos – para o Cristianismo e a Igreja», para uma nova vitalidade em que novas decisões pastorais levem a novos relacionamentos humanos, capazes de hospedar a Deus no acolhimento que fazemos aos outros.
[Oração] Sal 26 (27)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo