Conversão, a “ponte” entre a fidelidade cega e o encontro que faz ver
[Leitura] Act 22, 3-16 ou Act 9, 1-22; Mc 16, 15-18
[Meditação] Na Festa da Conversão de S. Paulo culmina a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. O caminho de Damasco representa, num sentido alargado, uma “ponte” entre o judaísmo e o cristianismo, num sentido mais específico, entre o cristianismo judaizante e o cristianismo aberto aos pagãos. As práticas impostas aos cristãos judeus não eram menos cegas, em certo sentido, que o zelo de Saulo, embora na conduta deste os fins não justificassem os meios. Urge, por isso, atualizar na vida da Igreja a experiência do caminho de Damasco, para que se continuem a lançar pontes de uma fidelidade cega à visão que leva a acreditar, mediados por um encontro co ma luz da verdade.
O encontro com Jesus Cristo é, pois, fundamental para que caia de uma falsa vivência da fé a falta de pressupostos éticos (universais) que dão sustentabnilidade às relações humanas que, por sua vez, fundamentam a comunhão numa mesma fé. O próprio Ressuscitado insinua estes pressupostos ao identificar-Se com aqules a quem Saulo persegue, indepedentemente do seu zelo religioso dos perseguidos.
Hoje, continuamos a escutar o convite de Jesus: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura», para que da escuta do mesmo surja a fé que nos abre à possibilidade de testemunhar os milagres que Ele continua a realizar entre nós. Ousemos, pois, percorrer o caminho que vai do encontro pessoal (como o do Ressuscitado com Saulo e deste com Ananias, antes mesmo de irmos pregar às assembleias. Como a paz, o ecumenismo é, antes de mais, uma construção de pontes do coração crente (que vê) ao coração que procura (ver).
[Oração] Sal 116, 1-2
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo