Só o sacerdócio de Cristo é salvação. Ou participamos ou (l)evitamos
[Leitura] Hebr 7, 1-3. 15-17; Mc 3, 1-6
[Meditação] Com tanta perseguição a Jesus e tanta preocupação em encontrar argumentos para O entregar, não sei como é que os fariseus tinham tempo para o que deviam fazer. É nítido que não se preocupavam com os problemas dos outros, mas somente com a salvação das sua almas por um “deus” que, supostamente, só eles conheciam. O Deus verdadeiro estava no meio, diante deles, sempre unido aos que sofriam, mas eles não O reconheceram. Fazem-me pensar naqueles que, hoje, conspiram contra o Papa, pensando somente em defender a fronteira dos “bem casados”, como se estes “procriassem” somente a pureza, deixando fora das suas (pre)ocupações os que tiveram percursos difíceis de amor (quem sabe, até, fruto de puritanismos!).
É nítida a mensagem de Jesus e, de consciência tranquila, creio não estar a manipular a sua Palavra, vejo claramente a sua postura: o sábado representa a Lei e, para o centro das atenções, convida o doente a estender a mão, para que se veja a urgência da cura que o libertará, em vez da atenção dada a superficialidades inúteis.
O Papa Francisco, por várias vezes, pediu que a Igreja seja como um «hospital de campanha», saindo do centro das suas preocupações e, ainda que correndo o risco de ser acidentada, colocar as urgências dos necessitados e doentes no centro teológico-prático das suas atenções. De outra forma, entorpcerá de doente que fica, por se agarrar a leis que já não curam. Como prova a inspiração recebida pelo autor da Carta aos Hebreus, não é a lei levítica que nos leva à perfeição que salva, mas o Sacerdote instituído por uma vida imortal, Jesus Cristo. Temo que alguns daqueles que estão a descridibilizar o papel do Santo Padre não façam Lectio Divina, invocando o Espírito de Deus para o discernimento que, quase sempre, leva a resoluções surpreendentemente benéficas para todos.
[Oração] Sal 109 (110)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo