A justiça de Deus não é “in”, mas “pro”

[Leitura] Hebr 6, 10-20; Mc 2, 23-28

[Meditação] O trecho da Carta aos Hebreus que proclamamos hoje começa com a afirmação de que “Deus não é injusto”, baseada na fé de que Ele não deixará de ver e recompensar os esforços humanos no cumprimento da sua divina vontade. Isto implica que não queiramos que seja Ele a acomodar-se à nossa vontade (ainda que se acomode às nossas circunstâncias, para nos indicar o caminho), mas estejamos dispostos a esperar, trabalhando, pelos bens prometidos.

Dizemos que alguém é “in” quando agrada as outros, mas isso pode não fazer justiça quanto ao bem de que se necessita verdadeiramente. A cena evangélica demonstra-nos que não é o sábado que deve ser defendido à custa do esforço injusto do homem, mas o homem deve ser edificado às custas da adaptação do sábado.

Nas instituições eclesiais de formação, como por exemplo o Seminário que prepara os futuros presbíteros, há muito que se defende (não sem a presença incómoda de um medo farisaico) que as “paredes” que constituem alguns princípios ou parâmetros da formação têm de mudar para que os futuros padres se configurem com a novidade do Bom Pastor, restando fielmente intactos os “alicerces” ou pilares que sustentam essa fidelidade de uma esperança que se renova. Pergunto: como sucede com a formação dos outros ministérios? E, ainda antes, com a formação da identidade cristã? É fundamental ajudar a ancorar os corações dos que acompanhamos na promessa (ainda que escondida por detrás de um “véu”). Depois, “alimentar” o caminho de forma procriadora, para que a fome do desespero não faça perder o sentido que, mesmo sendo único, nos atrai de todos os lados.

[Oração] Sal 110 (111)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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