O Evangelho de Jesus é um “portfolio” de ações libertadoras

[Leitura] Hebr 2, 5-12; Mc 1, 21-28

[Meditação] Li algures que estamos na época em que os “diplomas” deram lugar à importante eficácia dos “portfolios”, uma vez que estes favorecem melhor a criatividade do que aqueles indicadores dos “depósitos de saber teórico”. A doutrina de Jesus é um procedimento que liberta e não uma teoria que aprisione.

Inspirado pelo Evangelho de hoje, em que Jesus, no auge da sua juventude, depois do seu Batismo no rio Jordão (não simplesmente com água, mas banhado pelo Espírito confirmado pela voz do Pai), começa a ensinar na sinagoga, sinto segurança em afirmar que a sua atividade começa por ser, logo desde o início, acompanhada por consequentes ações de libertação. O “diploma” é a declaração do Pai: «este é o meu Filho muito amado no qual pus toda a minha complacência, escutai-O». Os evangelhos são como que o seu “portfolio” que os Apóstolos começaram, o mais cedo possível, a construir, recolhendo as ações que eram consequência dos seus ensinamentos. Portanto, o Evangelho não é um conjunto de teorias, mas de procedimentos salvíficos que foram acompanhados com a Palavra que lhes dava sentido e força operativa. É como um programa de computador: ou mexe com o hardware ou não serve.

Pactuo com esta visão e penso que deveria ser, também, assim na Igreja e na sociedade. Não deveríamos colocar toda a nossa confiança numa teoria que não opera nada, muito menos para manter um “status”. Devemos, sim, proclamar a Palavra que salva e obedecer-lhe simplesmente ou essencialmente porque… cura, liberta. É de transformação que se trata e nada mais. É assim que deveríamos pensar toda a educação e o ensino, menos magistralmente, uma vez que Mestre só há um, e mais ministerialmente: realizando o que a Palavra diz. O “portfolio” de ações criativas continuará a ser construído com as ações que reporta… E os diplomas continuarão fechados nas suas latas…

[Oração] Sal 8

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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