Até à plenitude, as estrelas continuarão a ser símbolos

​​[Leitura] 1 Jo 2, 22-28; Jo 1, 19-28

[Meditação] Na primeira carta aos coríntios lemos uma passagem que nos pode ajudar a compreender a postura de João Batista diante dos que o interrogavam e os avisos da primeira carta do Apóstolo João: «Deus escolheu aqueles que os homens tinham por ignorantes para envergonhar os sábios e aqueles que os homens tinham por fracos para envergonhar os fortes» (1, 27).

Na verdade, a manifestação de Jesus, não só a que celebramos no Natal, mas em todas as etapas da Sua/nossa história, inclusivamente a que acontece depois da Sua Ressurreição, parece servir-se de pessoas e ações humanas que são símbolos a apontar para a sua (e só sua) inequívoca presença e ação. O exemplo do Batista é uma prova disso mesmo: ele só batizava com a água, sabendo que depois dele viria Aquele que iria batizar no Espírito. Os que o interrogavam esperavam ver a plenitude da ação, mas só encontraram o sinal que os poderiam transportar para Ele.

Hoje continua a ser assim. Quantas pessoas vão à Eucaristia a pensar que o Padre poderia ser mais perfeito, no dizer e no fazer, como que devendo levar a um êxtase completo que tirasse “esfomeados espiritutais” do árduo caminho de ascese que implica descer às águas profundas da dramática experiência humana? E muitos outros exemplos poderíamos explorar na experiência cristã hodierna, para concluirmos que Jesus só Se manifesta àqueles que aceitarem o batismo da água que purifica os desejos e pensamentos que permitem conhecê-l’O, para que, então, se possa conhecer o Pai, como confirma o Evangelista.

Na experiência cristã, cada um de nós é só uma estrela que aponta para a Luz maior. E na busca da verdade, só encontraremos, como os Magos, sinais que guiam no caminho a trilhar, por entre verdades que alentam e mentiras que confundem, onde a liberdade pessoal é insubstituível como chave para o encontro. Neste encontro, é que Jesus Cristo confirmará com o todo. Pergunto: olhando para as diversas etapas da vida cristã, como se cuida ou favorece este encontro com Cristo, para que se passe de uma mera fruição do “batismo de água” para uma maior aceitação da fecundidade do Batismo novo no Espírito (que inclui a unção do Espírito!)? Estou convensido que o caminho da fé inclui este passar do símbolo ao contacto gradual com a realidade que se espera tocar ou ver.

[Oração] Sal 97 (98)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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