Nunca te demitas sem ver a luz

[Leitura] 1 Jo 2, 3-11; Lc 2, 22-35

[Meditação] O Cântico de Simeão manifesta o júbilo que justifica a grande espera do povo representado por ele. Costumamos dizer que o Antigo Testamento acaba com João Batista e é bem verdade que ele é uma chave de ouro, mas não é para fechar, antes para deixar que a novidade creça com a presença de Jesus Cristo. Por outro lado, a luz que dá início ao Novo Testamento já enche de sentido a história de todos os que O esperam desde os tempos antigos.

No seu Cântico, o velho Simeão pede “Nunc dimittis servum tuum, Domine…”, quer dizer, Agora, Senhor, podes despedir o teu servo, porque os meus olhos viram a salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos… Sim, Simeão pode ir descansar, porque a luz manifestada n’Aquele Menino deu sentido a toda a sua ação, luz dissipadora de todas as contradições. Por isso, é que ele anuncia a Maria que Ele será, doravante, sinal de contradição. 

Pressinto, ao ler esta profecia, que em nós, enquanto não se nos for manifestada esta luz com clareza, haverá sempre um antigo enquanto não se manifestar a novidade permitida pela visão sob a presença dessa Palavra esclarecedora e ativa que é Cristo.
Por isso, parafraseando aquele cântico evangélico, aconselho a que não nos demitamos da busca de sentido que está oculta no que somos e no que fazemos, sem vermos a luz, porque ela já foi posta à disposição de todos, para que todos se sintam como convidados à plenitude da vida e não terminem o decurso dos seus dias cegados pelas trevas. Na história de Jesus, pela mão de Maria, estava adivinhado ali um caminho a apontar já para a missão que teve como cume o calvário, onde essa luz se escondeu na morte e brilhou na Ressurreição.

[Oração] Sal 95 (96)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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