Um sonho verdadeiro aproxima os corações e confirma-se na alegria
[Leitura] Cânt 2, 8-14 ou Sof 3, 14-18a; Lc 1, 39-45
[Meditação] Quem já não experimentou a beleza, pelo menos interior, da sensação descrita na saga de O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry, quando a raposa ensina o pequeno príncipe sobre aquilo que é preciso para cativar ou deixar-se cativar: deixar-se estar a uma certa distância e ficar a olhar pelo canto do olho, sem dizer nada. Penso ser, um pouco, esta mesma bela experiência que Maria e Isabel fizeram, uma vez que eram de idades diferentes, mas partilhando o mesmo sonho de ser mães extraordinariamente especiais.
Quando as pessoas partilham sonhos, sendo estes verdadeiros, eles aproximam-nas como a Sabedoria vê a aproximação do seu Amado, porque o objetivo dos sonhos verdadeiros é sempre a concretização de um bem maior ou a resolução de um mal muito grave. Nada têm a ver com a satisfação de desejos mesquinhos. Neste sentido, os corações aprisionados por algum mal só encontrarão a verdadeira paz se se deixarem (des)parente(s)ar, ou seja: à primeira vista são os laços de sangue que nos move ao encontro dos outros, para dar e receber, mas, depois, a paz só será efetiva se ela mesma for levar para fora desse “parêntesis” familiar. Penso ter sido este processo a caraterizar a experiência de Maria e de Isabel, uma vez que ficaram juntas durante três meses, depois dos quais Maria e José foram apresentar o Menino no Templo, como Luz das Nações, Paz Universal.
«Somos responsáveis por aqueles que cativamos» − Esta é um segredo que nos pode ajudar a viver o Natal para além dos “parêntesis” que são os rituais e as meras ligações de sangue, mas, partindo delas, respondendo ao ímpeto de ir ao encontro daqueles que nos podem ajudar a confirmar a verdadeira paz com a Alegria, na Festa.
[Oração] Sal 32 (33)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo