A alegria de encontrar implica deixar para procurar
[Leitura] Is 40, 1-11; Mt 18, 12-14
[Meditação] Hoje, na Rádio, era tentada uma definição de «época da pós-verdade», como aquela em que vivemos, imersos num tempo em que os acontecimentos já não influenciam a sociedade com uma correspondência evidente ou linear, dentro da lógica tradicional causa-efeito. Na verdade, o efeito “mural facebook”, em que o que se publica no imediato momento só leva a reagir os que estiverem ligados no imediato momento em que se publica, é o que influencia, quer o rating dos timings para publicação mais eficiente, quer a opinião pública sempre imersa no superficial, pondo-se cada vez mais de lado a informação e a persistência nos valores perenes.
Na perspetiva da vivência da fé, também os cristãos, porque imersos neste mundo, correm o risco de conceber a imagem de Deus como se tratando de um ser-estátua. Mas não! O Evangelho é anúncio de um Deus que Se move para ir ao encontro de quem anda perdido. Por isso, Jesus, com a parábola do Bom Pastor, apresenta-nos um Pai que é capaz de deixar 99 para, afastando-se dessa riqueza, ir buscar 1 que anda perdido. Este “rating” é diferente daquele que a sociedade nos influencia, com uma comunicação cada vez mais manipuladora. O acontecimento da vitória sobre o encontro com UM pode alegrar mais o nosso Deus do que a euforia de uma multidão, por mais santo que seja o motivo da reunião. Aliás, a celebração cristã, para o ser de facto, deve estar aberta a acolher os que se aproximam e a abrir os olhos a quem se afasta, objetivando-se como um “radar” de humanidade.
Quanto ainda nos falta deixar, para chegarmos a encontrar o que é preciso para que haja encontro com a alegria verdadeiramente cristã?!
[Oração] Sal 95 (96)
[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo