Força nas mãos, robustez nos joelhos e coragem no coração, que a salvação vem inadequadamente do alto!

[Leitura] Is 35, 1-10; Lc 5, 17-26

[Meditação] A Palavra de Deus é sempre atual, não só para confirmar o Batismo no Espírito que em nós começa obras grandiosas, a partir da Ressurreição de Jesus Cristo, mas também para o levar à sua consumação; não só para nos contar como Jesus fez maravilhas para manifestar o seu poder divino, mas para que hoje se continuem a abrir portas e, quando estas estiverem entupidas pelo legalismo e falta de etiquetas que incluam os mais frágeis, a abrir telhados (sempre de “vidro” onde há legalismo).

Deus manda-nos do alto a salvação. O episódico evangélico de hoje pode ajudar-nos a compreender como as formas que Deus tem para levar o seu projeto avante são, muitas vezes, fora da comum compreensão humana. A forma inadequada com que aquele paralítico é levado até Jesus, é símbolo da forma de agir de Deus que se esconde na forma como os mais débeis nos fazem compreender as suas urgências, nem sempre compatíveis com as prioridades impostas pela sociedade.

A paciência de quem soube estar no “deserto” da solidão e incompreensão pode ser comparada àquele telhado aberto para fazer chegar à consolação da presença de Jesus que é capaz de sarar não só as feridas do corpo, mas, surpreendentemente, sarar conjuntamente as da alma. Aliás, uma e outra cura estão ligadas, assim como estão ligadas as suas causas e sofrimentos. A fé em Jesus não pode ficar fechada em etiquetas, com o risco de fechar ou ver fechar portas de acesso aos efeitos do Seu poder. Acolher a Sua graça implica, por vezes até radicalmente, desobedecer ao que socialmente (ou, inclusivamente, face a uma religião imperfeita) parece mais adequado (ou, como se costuma dizer, politicamente correto).

Se os telhados das nossas igrejas estão intactos, é porque as suas portas estão abertas para acolher, sem entupimentos!

[Oração] Sal 84 (85)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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