A mesma árvore, o mesmo coração, agora na praça da cidade

[Leitura] Ap 22, 1-7; Lc 21, 34-36

[Meditação] No último dia do ano litúrgico o nosso coração humano de crentes é colocado numa balança: deixar-se ficar pesado de modo a ficar para sempre a pertencer a este mundo ou desprender-se e ser transportado pela leveza da eternidade. No fundo: para que colheita predispor-se? A Liturgia da Palavra faz-nos perceber que o mesmo desafio que foi colocado a Adão e a Eva, está a ser agora colocado aos crentes, não no paraíso, mas na “praça da cidade”. Mas… a mesma árvore da vida cá está, como nos confirma a visão do Apocalipse. Da outra árvore, nem quero falar, pois é a que chama mais à atenção, pois é a que faz gastar: mais paciência, mais dinheiro, mais stress, mais energias… para, no final, se obter algo que prende em vez de elevar.

A árvore da vida é, enfim, o Filho do homem que, como Ressuscitado, continua a estar no meio de nós sem limites e, como infinita misericórdia do Pai, continua a cativar-nos com o Seu Espírito Santo. Ele está nos Sacramentos, onde o encontro ganha consistência mais pela abertura à Sua graça do que por aquilo que possamos cumprir o comprar.  Mais uns minutos e o verde dá lugar à cor roxa nos paramentos da Liturgia. Tudo o que vamos proclamar e ritualizar a partir de agora é mais uma tentativa de deixar o comum e passar a ponte para, numa outra margem que é uma outra forma melhorada de existir, nos encontrarmos com essa Luz sempre nova que nos atrai, sempre pacientemente e sem desrespeitar a nossa liberdade humana.

Um bom Advento para todos os meus queridos leitores!

[Oração] Sal 94 (95)

[ContemplAção] Em: twitter.com/padretojo

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